Mundo

Em campanha, Obama se desdobra para vender estratégia orçamentária

Presidente americano irá a sede do Facebook responder perguntas online de internautas sobre suas propostas de orçamento

Barack Obama: ele já está na luta pela reeleição (Mark Wilson/Getty Images)

Barack Obama: ele já está na luta pela reeleição (Mark Wilson/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2011 às 18h13.

Washington - O candidato e presidente Barack Obama realiza nesta semana uma ampla ofensiva de comunicação, percorrendo os Estados Unidos para divulgar uma estratégia orçamentária oposta a dos republicanos, em particular em relação ao aumento dos impostos para os mais ricos.

No principal momento de uma semana carregada, Obama é aguardado na quarta-feira na sede social do Facebook em Palo Alto (Califórnia, oeste) para uma sessão de perguntas e respostas com internautas sobre a economia e o orçamento.

"Espero que vocês parem por um momento de fazer novos amigos ou romper amizades para atender" ao convite da Casa Branca no Facebook, pediu o presidente em um vídeo divulgado nesta segunda-feira.

A campanha vitoriosa de Obama em 2007-2008 foi marcada pela utilização das redes sociais na internet. Mantendo-se no caminho anti-institucional, Obama anunciou há duas semanas a sua candidatura a uma reeleição em 2012, principalmente via Twitter e Facebook.

Obama citou o Facebbok como exemplo do espírito empreendedor americano em seu discurso sobre o estado da União no final de janeiro.

Durante o debate de quarta-feira, Obama vai "explicar diretamente aos americanos" a estratégia que anunciou na semana passada para controlar os déficits públicos e reduzir a dívida, segundo a Casa Branca.

Os republicanos conquistaram a maioria na Câmara dos Representantes nas eleições legislativas de novembro de 2010 com a promessa de cortar despesas, frente a um déficit orçamentário anual de cerca de 1,6 trilhão de dólares e uma dívida que supera os 14 trilhões.

Decidido a não deixar para seus adversários o monopólio da responsabilidade orçamentária a 18 meses da eleição presidencial, Obama fixou na quarta-feira passada o objetivo de reduzir o déficit de 4 trilhões de dólares acumulado em 12 anos.

Mas ele rejeitou firmemente uma proposta de orçamento 2012 apresentada pelos republicanos. Esta prevê uma revisão do financiamento da previdência social e reduções de impostos para os contribuintes mais abastados.

Obama nega que a situação leve à renúncia das conquistas sociais como os sistemas de assistência de saúde públicos para as pessoas idosas ou pobres em seu formato atual, e insiste na necessidade de continuar a investir em educação, pesquisa e infraestrutura.

O lema da Casa Branca é há uma semana "responsabilidade compartilhada, sacrifícios compartilhados". O presidente, que concedeu aos republicanos em dezembro um prolongamento temporário das isenções fiscais para os mais ricos herdadas de seu antecessor George W. Bush, manifestou a sua determinação de pôr fim a esses incentivos após a sua expiração no fim de 2012.

"É preciso suprimir as isenções de impostos para os americanos mais ricos", disse Obama no sábado em seu discurso semanal.

Segundo uma pesquisa Gallup divulgada nesta segunda-feira, último dia para declarar impostos nos Estados Unidos, 59% dos americanos consultados consideram que os mais ricos pagam muito menos impostos. Já 13% consideram que os ricos estão sobrecarregados e 25% consideram que o imposto é justo.

Obama vai expor seus argumentos na terça-feira durante um debate público na Virgínia (leste). Após a sua visita ao Facebook, ele irá na quinta a Nevada (oeste) para um outro debate sobre o mesmo tema.

Depois dessa ofensiva nas costas Leste e Oeste, ele deverá expor suas posições na segunda-feira durante debates previstos em rádios de Denver (Colorado, oeste), Raleigh (Carolina do Norte, sudeste), Dallas (Texas, sul) e Indianápolis (Indiana, centro).

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEleiçõesEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA