Mundo

Em busca de armas, Zelensky garante apoio da primeira-ministra italiana

Primeira-ministra da Itália se reúne com Zelensky e reforça a necessidade de apoio contínuo em meio ao avanço russo no leste da Ucrânia

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrãnia, que irá à reunião da Otan e pressiona para que seu paíse entre no bloco (Wojtek Radwanski/AFP)

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrãnia, que irá à reunião da Otan e pressiona para que seu paíse entre no bloco (Wojtek Radwanski/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 7 de setembro de 2024 às 09h57.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, garantiu neste sábado, 7, seu apoio inflexível à Ucrânia durante uma reunião com o presidente Volodimir Zelensky, que pede mais armas aos aliados ocidentais em um momento de avanço das tropas de Moscou no front leste.
Os dois se reuniram em Cernobbio, norte da Itália, à margem do fórum econômico "The European House - Ambrosetti".

"Não devemos nos render", disse Meloni à plateia do fórum econômico, uma espécie de mini-Davos, em um discurso tanto para os aliados de Kiev como para uma opinião pública que, segundo ela, está "legitimamente preocupada com a guerra".

Embora reafirmem com frequência sua solidariedade, muitos governos enfrentam opiniões públicas divididas enquanto o conflito prossegue.

Giorgia Meloni alertou que abandonar a Ucrânia "não trará paz, e sim caos" e consequências econômicas "mais graves do que custa hoje apoiar a Ucrânia".

"Não devemos cair na armadilha da propaganda russa e acreditar que o destino da Ucrânia já está decidido", alertou.

Ajudar a Ucrânia a defender-se de seu poderoso vizinho criou as condições para um "impasse" na guerra, o que poderia resultar em negociações de paz, argumentou.

"Agradeço a Giorgia e ao povo italiano por seu apoio e pelos esforços conjuntos para restabelecer uma paz justa", escreveu o presidente ucraniano na rede social X após a reunião, na qual publicou um vídeo do encontro.

A Itália apoia a Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, com o envio de armas, embora insista que estas só devem ser utilizadas em território ucraniano.

Antes de viajar para a Itália, Zelensky exigiu na sexta-feira "mais armas" aos países aliados, que participaram em uma reunião na base aérea de Ramstein, no oeste da Alemanha.

No mesmo dia, Washington anunciou uma nova ajuda militar de 250 milhões de dólares (1,39 bilhão de reais) para a ex-república soviética.

A Rússia não para de avançar, pouco a pouco, no Donbass, leste da Ucrânia. Na quinta-feira, o presidente Vladimir Putin afirmou que a conquista da região é um "objetivo prioritário" de Moscou.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, que recebeu duras críticas de seus homólogos da União Europeia por se encontrar com Putin em Moscou no mês de julho, também participará no fórum italiano de três dias.

Zelensky rejeitou em Cernobbio os apelos de Orban para um cessar-fogo, alegando que Putin nunca respeitou os acordos anteriores.

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaRússia

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos