Câmara Municipal de São Paulo (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2012 às 10h28.
São Paulo - Dia sim, dia não, tem festa na Câmara Municipal de São Paulo. Nos primeiros 80 dias de trabalho deste ano, vereadores que vão tentar a reeleição em outubro realizaram 45 sessões solenes, a maior parte delas seguidas de coquetel. É mais que o dobro das 21 solenidades realizadas no mesmo período de 2011. E quem paga a conta de bandejas de prata, certificados em pergaminho italiano e placas de homenagens distribuídas é o contribuinte paulistano.
De lideranças evangélicas a cantores e corretores de imóveis, o homenageado geralmente faz parte do reduto eleitoral do vereador que promove a festa. Os parlamentares argumentam que o custo dos coquetéis não é pago por eles e as solenidades são previstas pela Casa. Mas as gratificações dos funcionários que participam das sessões e a confecção das honrarias e dos 500 convites cedidos por evento entram na lista de despesas do Legislativo. São pelo menos R$ 80 mil por ano.
Na "boca-livre" das sessões solenes tem música ao vivo, com direito à banda da Polícia Militar, risoto de tomate seco e transporte gratuito para convidados que moram longe. O Estado acompanhou cinco dos sete eventos da última semana, que reuniram centenas de pessoas na Câmara a partir das 19h30.
Na maioria dos casos, os eventos têm origem em decretos legislativos, que não precisam ser sancionados pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), mas aprovados por dois terços dos parlamentares paulistanos. Cada um pode assinar até oito decretos durante o mandato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.