Mundo

Em 100 dias de mandato Trump emitiu mais de 140 ordens executivas e bateu recorde

Com ritmo acelerado, Trump quebra recorde de ordens executivas e gera impactos econômicos e sociais

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de abril de 2025 às 15h41.

No início de seu governo, em janeiro deste ano, Donald Trump estabeleceu um ritmo acelerado e sem precedentes na assinatura de ordens executivas, atingindo um volume recorde que não era visto desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Até 24 de abril, menos de três meses após assumir a presidência dos Estados Unidos, Trump já havia assinado 142 ordens executivas — superior ao recorde de 139 medidas tomadas por Harry Truman em 1945, no contexto da Segunda Guerra Mundial.guerra.

Contexto e intensidade das ações

Desde o início, o presidente republicano promoveu mudanças profundas em áreas-chave como comércio exterior, imigração, e políticas internas, cumprindo promessas feitas durante a campanha eleitoral.

Segundo especialistas, como o professor Mauricio Moura, da Universidade George Washington, o governo Trump se caracteriza por uma centralização extrema das decisões, com pouca ou nenhuma resistência interna. As ideias do presidente são rapidamente convertidas em ações, sem filtros ou contrapesos significativos, o que explica a velocidade e a amplitude das mudanças.

Comparações históricas e políticas

A comparação com o governo Truman é emblemática, pois ambos os presidentes assumiram em momentos de grande turbulência - Truman no fim da Segunda Guerra, Trump em um cenário de insatisfação interna e desafios globais. No entanto, enquanto Truman focava na reconstrução e estabilização, Trump optou por uma postura disruptiva e confrontacional, abrindo frentes tanto internas quanto externas.

No Congresso, o apoio quase unânime do Partido Republicano e uma Suprema Corte conservadora facilitaram a aprovação e a sustentação das medidas mais controversas, como o endurecimento das políticas migratórias e o uso de leis antigas para deportações. Ainda assim, a economia impôs limites, como demonstrado pela suspensão parcial das tarifas impostas a diversos países após instabilidade nos mercados financeiros.

Principais medidas e seus impactos

Entre as ações mais marcantes do início do mandato estão:

  • Tarifas de importação: Trump impôs taxas a praticamente todos os parceiros comerciais dos EUA, buscando proteger a indústria nacional. Após uma reação negativa dos mercados, parte dessas tarifas foi suspensa temporariamente, mas outras, especialmente contra a China, permaneceram.

  • Endurecimento da imigração: O governo intensificou a fiscalização nas fronteiras e aumentou as deportações, reduzindo drasticamente a entrada de estrangeiros, embora tenha havido casos de deportações equivocadas.

  • Redução do tamanho do Estado: Milhares de servidores públicos foram demitidos, e entidades como a Usaid e o Departamento de Educação sofreram cortes ou foram praticamente desativadas.

  • Ataques a universidades e programas de inclusão: O governo ameaçou cortar verbas para instituições de prestígio, acusadas de não combaterem o antissemitismo, e extinguiu programas que promoviam oportunidades para mulheres, negros e minorias.

Consequências e desafios futuros

A imposição de tarifas sobre produtos importados, especialmente contra a China, desencadeou uma guerra comercial que levou Pequim a retaliar com tarifas próprias sobre produtos americanos. Isso resultou em tensões comerciais que afetaram cadeias globais de suprimentos e criaram incertezas para empresas que dependem do comércio bilateral.

Como resposta às políticas migratórias mais rígidas e à guerra comercial, a Apple anunciou planos para transferir parte de sua produção para fora da China, buscando evitar tarifas elevadas e reduzir riscos associados às tensões comerciais. Essa migração impacta a cadeia produtiva da empresa e pode influenciar o mercado de tecnologia global.

Empresas como a Adidas também foram afetadas pelas tarifas impostas por Trump, que elevaram os custos de importação de produtos. Isso resultou em aumento dos preços para os consumidores nos Estados Unidos, pressionando o mercado interno e gerando críticas sobre o impacto das políticas protecionistas no custo de vida.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)TarifasChinaAdidas

Mais de Mundo

Casa Branca ataca Amazon por ideia de expor custo das tarifas

Após Brics, Lavrov diz que proposta de cessar-fogo na Ucrânia é 'início' de diálogo com Kiev

Trump assina decretos para endurecer política anti-imigração; medidas visam 'cidades-santuário'

Como os Alpes influenciaram a história e cultura da Europa?