Repórter
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 12h07.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2025 às 13h12.
O bilionário Elon Musk não ocupa um cargo oficial no Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE, na sigla em inglês), mas atua como alto conselheiro do presidente Donald Trump, informou a Casa Branca em um documento apresentado à Justiça na segunda-feira, 17.
Joshua Fisher, diretor do Escritório de Administração da sede presidencial, declarou que Musk é "um funcionário da Casa Branca" e "um funcionário especial do governo, não um servidor público de carreira". Segundo Fisher, o papel do empresário é assessorar o presidente e comunicar suas diretrizes, sem autonomia para tomar decisões governamentais.
"Como outros assessores de alto escalão da Casa Branca, Musk não tem autoridade real ou formal para tomar decisões governamentais por conta própria", afirmou Fisher no documento.
Criado em 20 de janeiro, dia da posse de Trump, o DOGE tem como missão "modernizar a tecnologia e o software federais para maximizar a eficiência e a produtividade do governo". Desde então, Musk tem sido apontado como o rosto do departamento, levantando dúvidas sobre sua real influência.
A nomeação do bilionário foi mencionada por Trump ainda em novembro de 2024, quando o então presidente eleito afirmou que "o grande Elon Musk, juntamente com o patriota americano Vivek Ramaswamy, liderará o Departamento de Eficiência Governamental".
Apesar dessa declaração, a Casa Branca destacou que Musk não é o administrador do DOGE, tampouco está vinculado formalmente ao departamento. De acordo com Fisher, a estrutura do DOGE é independente do gabinete da Casa Branca ao qual Musk pertence.
O papel de Musk no governo está sendo questionado na Justiça por 14 estados americanos, incluindo o Novo México, que alegam que suas ações ultrapassam seus deveres oficiais. No processo, os estados argumentam que, por não ter sido confirmado pelo Senado, a nomeação de Musk é inconstitucional.
O caso levanta um debate sobre os limites da influência de figuras do setor privado dentro do governo federal, especialmente em um momento de reformas drásticas promovidas pela nova administração.
Desde que Trump iniciou seu segundo mandato, o DOGE tem liderado um programa de cortes de gastos e demissões em massa, gerando polêmica dentro e fora de Washington.