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Elizabeth II pedirá enfrentamento ao coronavírus em discurso incomum

A monarca de 93 anos dirá que tem fé em que a população vai reagir, apesar das dificuldades

Rainha Elizabeth II: pronunciamento especial sobre pandemia (Aaron Chown/Pool via/Reuters)

Rainha Elizabeth II: pronunciamento especial sobre pandemia (Aaron Chown/Pool via/Reuters)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 5 de abril de 2020 às 09h59.

A rainha Elizabeth II exortará no domingo o enfrentamento ao surto do coronavírus com força, autodisciplina e companheirismo, em um discurso incomum que dirigirá ao Reino Unido e às nações da Commonwealth.

Em trechos publicados neste sábado de um discurso "profundamente pessoal", a monarca de 93 anos dirá que tem fé em que a população vai reagir, apesar das dificuldades.

Esta é a quarta vez em seus 68 anos de reinado que Elizabeth II pronuncia um discurso televisionado especial, além das mensagens anuais de Natal. A transmissão será às 19h GMT (16h de Brasília).

O Reino Unido registrou neste sábado (4) um recorde de 708 mortes diárias por coronavírus, inclusive um menino de cinco anos, o que elevou o total de falecidos a 4.313 às vésperas da terceira semana de confinamento.

Segundo o Palácio de Buckingham, a rainha agradecerá pessoalmente ao pessoal sanitário e outros trabalhadores por seus esforços durante a crise.

"Falo a vocês sabendo que é um período cada vez mais desafiador", dirá no discurso, gravado no Castelo de Windsor, a oeste de Londres.

"Um período de alteração na vida do nosso país: uma alteração que causou dor em alguns, dificuldades financeiras para muitos e mudanças enormes na vida cotidiana de todos nós".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que testou positivo para a COVID-19, pôs seu governo em pé de guerra, pedindo uma resposta coletiva ao surto.

Setecentas e cinquenta mil pessoas responderam à sua convocação por voluntários para dar apoio ao Serviço Nacional de Saúde (NHS). Idosos e pessoas vulneráveis foram colocadas em auto-isolamento.

Empresas e indústria se mobilizaram com nunca desde a Segunda Guerra Mundial. "Espero que nos próximos anos, todos possam se sentir orgulhosos de como responderam a este desafio", dirá a rainha.

"E os que vierem depois de nós dirão que os britânicos desta geração foram muito fortes".

"Que as qualidades de autodisciplina, de determinação tranquila e com bom humor e de companheirismo ainda caracterizam este país".

Precauções

A rainha e seu esposo, o príncipe Philip, de 98 anos, se mudaram para o Castelo de Windsor em 19 de março como medida de precaução por sua idade, um fator de risco para a doença.

Segundo funcionários reais, os dois gozam de boa saúde e seguem as recomendações do governo.

Seu filho mais velho e herdeiro ao trono, o príncipe Charles, de 71 anos, se auto-isolou em seu sítio em Balmoral, no nordeste da Escócia, após apresentar os sintomas da COVID-19.

Como medida de precaução, na quinta-feira foi inaugurada oficialmente por videoconferência um novo hospital de campanha de 4.000 leitos no leste de Londres, onde os pacientes mais graves serão atendidos.

A família real suspendeu seus compromissos e o discurso de domingo foi gravado com uma câmera com equipamento de proteção, informaram funcionários reais.

Foi pedido assessoramento médico para reduzir qualquer risco para a rainha e outras pessoas, acrescentaram.

Esta será a primeira intervenção da rainha em momentos difíceis desde a morte de sua mãe, em 2002. Antes, ela se dirigiu à nação na véspera do funeral da princesa de Gales, em 1997.

Também transmitiu uma mensagem em 1991, durante a primeira Guerra do Golfo.

Em 2012, agradeceu a opinião pública após as celebrações por seu Jubileu de Diamante, que marcou o 60º aniversário de sua ascensão ao trono.

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