Duques de Sussex: Meghan e Henry abriram mão de seu subsídio mensal, embora desejam manter seus títulos como duques, proteção policial e uso de uma casa nos terrenos do Castelo de Windsor (Samir Hussein/WireImage/Getty Images)
AFP
Publicado em 12 de janeiro de 2020 às 13h12.
Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 07h10.
A rainha da Inglaterra, Elizabeth II, se encontrará na segunda-feira com vários membros da família real, incluindo seu neto, o príncipe Harry, após a crise causada por ele e sua esposa Meghan ao anunciar seu desejo de abandonar suas obrigações na realeza, uma decisão que convulsionou o clã e a opinião pública.
Segundo a imprensa britânica, o príncipe Henry se reunirá com a avó na companhia de seu pai, príncipe Charles, e seu irmão, príncipe William, com quem mantém relações tensas.
O encontro será realizado na residência particular da rainha em Sandringham, no leste da Inglaterra.
Meghan, que está no Canadá, pode participar da reunião por teleconferência.
O clima do encontro, sem dúvida, será muito tenso, uma vez que a família praticamente soube através da imprensa sobre o desejo de Henry, de 35 anos, e sua esposa, a americana Meghan Markle, de 38 anos, de abandonar os deveres como membros do primeiro escalão da família real para viver uma parte do ano na América do Norte e trabalhar para adquirir independência financeira, tudo isso "enquanto continua a apoiar totalmente Sua Majestade a Rainha".
Segundo a imprensa britânica, a rainha, 93 anos, não foi consultada e está triste. Elizabeth II pediu à família que encontrasse uma "solução" para o desejo de seu neto, sexto na ordem de sucessão ao trono.
De acordo com o Sunday Times, a reunião abordará várias questões, como a renda do casal, títulos reais e que tipo de trabalho que Henry e Meghan podem realizar.
Depois que os duques de Sussex tornaram público seu desejo, o Palácio disse que "essas são questões complicadas que exigem tempo para serem resolvidas".
Como sinal do desconforto que essa decisão criou na família real, o Sunday Times publicou neste domingo que o príncipe William sente que ele e Henry, muito próximos desde a morte de sua mãe, a princesa Diana, em 1997, se distanciaram bastante.
"Coloquei meu braço nos ombros de meu irmão a vida toda, mas não posso mais fazer isso. Somos entidades separadas", publicou o jornal, citando uma confissão que o príncipe William teria feito a um amigo.
Henry, Meghan e seu filho, Archie, de oito meses, passaram o Natal no Canadá, e a ex-atriz americana retornou a esse país nesta semana.
Até agora, Meghan e Henry abriram mão de seu subsídio mensal, embora expressassem seu desejo de manter seus títulos como duques, proteção policial e uso do Frogmore Cottage, uma casa nos terrenos do Castelo de Windsor, a oeste de Londres, cuja reforma foi paga com 2,4 milhões de libras (cerca de 13 milhões de reais) do tesouro.
Além disso, o casal registrou a marca "Sussex Royal", que abrange vários campos: de cartões postais a roupas, passando por consultoria ou campanhas de caridade.
Esse desejo de Henry e Meghan de querer viver ao mesmo tempo como príncipes, mas desfrutando dos privilégios de cidadãos anônimos é uma "mistura tóxica", nas palavras de David McClure, especialista em finanças reais.
"Isso nunca funcionou antes", disse à Press Association. "Como você pode estar metade dentro e metade fora? Como assumir funções públicas durante uma parte da semana e a outra metade ganhar dinheiro com palestras ou livros? É muito arriscado", afirmou.