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Eletronuclear estuda rota de fuga pelo mar em Angra

Segundo o jornal O Globo, medida visa garantir, em caso de acidente, a evacuação segura da população já que a Rio-Santos, principal saída, é vulnerável a deslizamentos

Em caso de acidentes, os moradores contariam com dois píeres nas imediações das centrais. (Divulgação)

Em caso de acidentes, os moradores contariam com dois píeres nas imediações das centrais. (Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 13 de setembro de 2011 às 19h25.

São Paulo - A fim de garantir a eficácia do plano de evacuação dos moradores de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, sede das usinas de Angra I e II, além de uma terceira em fase final de construção, a Eletronuclear, que opera o complexo, estuda rotas de fuga pelo mar. Em caso de acidentes, os moradores contariam com dois píeres nas imediações das centrais.</p>

Segundo reportagem do jornal O Globo, a medida visa reforçar a eficácia da evacuação e evitar problemas que poderiam ocorrer por interdições na rodovia Rio-Santos(BR-101). A principal estrada de acesso ao complexo de Angra, via Serra do Mar, já sofreu inúmeros deslizamentos de terra nos últimos anos, incluindo uma avalanche, em 85, que quase atingiu a saída de água da central, usada na refrigeração dos reatores.

As regiões cogitadas para receber os dois ancoradouros deverão passar por um processo de dragagem que deve aprofundar o calado nesses locais. Assim, navios maiores, com capacidade de transportar mais pessoas, poderão atracar por lá. Ainda de acordo com o texto, outras estradas que servem de rota de fuga, como a que liga Angra à Barra Mansa e Paraty-Cunha (regiões limítrofes da cidade), também apresentam situação precária e precisariam passar por obras.

Em entrevista ao jornal, o secretário estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, alertou que se cair metade da chuva que caiu na Região Serrana no começo do ano, "aquilo (a região) vira uma ratoeira nuclear. A Serra do Mar possui características geológicas que propiciam o acúmulo de água dentro das rochas, o que, eventualmente, pode levar à deslizamentos.

Usinas suportam ondas gigantes e terremoto

Embora remotas as chances de ocorrer no Brasil uma catástrofe como a que atingiu o Japão, as usinas nucleares de Angra são resistentes à ondas de até 7 metros de altura e terremotos de 6,5 graus na escala Richter. Segundo o Ministério de Minas e Energia centrais brasileiras possuem sistemas redundantes de segurança.

As varetas que compõem os reatores têm a capacidade de reter com mais eficiência um possível vazamento. Outro ponto a favor diz respeito ao sistema independente de refrigeração. E, por último, uma sala de contenção com paredes mais espessas que a dos asiáticos.

Apesar de toda essa proteção, a produção de energia elétrica por esse meio ainda preocupa. Para o especialista em energia José Goldemberg, usinas nucleares são perigosas por sua própria natureza, estando a sujeitas a falhas técnicas, com ou sem a 'ajuda' de um desastre natural.

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