Eletrobras (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2012 às 23h35.
São Paulo - A Eletrobras quer estar preparada para atuar no segmento de geração de energia nuclear, diante da possível necessidade de usinas dessa fonte no Brasil após 2022, disse o presidente da estatal, José Carvalho da Costa Neto, durante o Reuters Latin American Investment Summit.
Até 2022, não há programação de novas usinas nucleares no país além de Angra 1, Angra 2 e Angra 3, informou o executivo. "Agora, acima de 2022, eu acho que é um potencial que tem que ser sempre analisado, com a máxima segurança."
"No mínimo, a Eletrobras tem que acompanhar essa tecnologia, ter todo o conhecimento, estar preparada... Na minha opinião pessoal, vamos continuar a fazer nuclear no período de 2022 a 2030", afirmou em entrevista na sexta-feira. Ele enfatizou, no entanto, que essa é uma decisão a ser tomada entre o governo e a sociedade.
A energia nuclear e sua segurança voltaram a ser mais fortemente questionadas depois que um grande terremoto e tsunami devastaram a usina atômica de Fukushima em março de 2011, provocando o pior acidente de radiação do mundo em 25 anos.
Carvalho Neto lembrou que o Brasil tem um potencial de cerca de 260 gigawatts (GW) para novas hidrelétricas, mas nem tudo isso deve ser viabilizado diante de restrições ambientais. Segundo ele, o Brasil precisa adicionar 65 GW de novas capacidades a cada dez anos.
"Daqui a 15 anos, possivelmente esse potencial hidrelétrico estará esgotado", previu.
Ele lembrou que as energias alternativas, como solar e eólica, terão um papel importante, mas serão complementares, já que essas fontes não operam na base do sistema, como a hidrelétrica e a nuclear.
A Eletrobras realiza trabalhos sobre segurança nuclear em conjunto com a França, onde o presidente da Eletrobras está nesta semana para avaliar os trabalhos realizados em parceria com o país e assinar acordos de convênio de cooperação internacional.
No encontro, a Eletrobras ainda discute a cooperação com a francesa EDF nos estudos das hidrelétricas do Tapajós.