Energia: executivos disseram que o setor continuará sem atrair investimentos e a segurança no suprimento de energia será algo do passado (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2013 às 13h01.
Bruxelas - Presidentes de 10 empresas de energia elétrica, que juntas detêm metade da capacidade de geração da União Europeia, pediram nesta sexta-feira a adoção de reformas para evitar blecautes e ajudar o endividado setor a se adaptar à demanda futura.
Os CEOs do chamado Magritte Group disseram que a energia da União Europeia e a política ambiental estão fracassando em seus objetivos e elevaram o risco de apagões.
Aumentos nas contas de energia elétrica que estão afetando a competitividade internacional da Europa são resultado de decisões políticas e subsídios equivocados para energias solar e eólica, e não culpa das empresas de energia, disseram os CEOs.
Sem uma ação, os executivos disseram que o setor continuará sem atrair investimentos e a segurança no suprimento de energia será algo do passado.
"O risco de blecautes nunca foi tão grande", disse o presidente da GDF Suez, Gerard Mestrallet.
As contas de eletricidade na Europa, afetadas por subsídios para energias renováveis, são cerca do dobro das cobradas nos EUA, onde o gás de xisto reduziu custos, disse o CEOs.
De acordo com o grupo Magritte, os concessionários fecharam 51 gigawatts de ativos de geração a gás natural modernos - o equivalente à capacidade conjunta de Bélgica, República Checa e Portugal - e que o risco é de que mais usinas sejam fechadas.
Para ajudar a manter a capacidade de gás como energia de segurança para fontes renováveis, que são intermitentes, os CEOs querem um mecanismo que pague as concessionárias para manter capacidade de geração de energia de reserva.
Ao mesmo tempo, para ajudar a tornar o gás mais competitivo em relaçao ao carvão, mais poluente, os CEOs querem uma solução rápida para o Esquema de Comércio de Emissões da UE, no qual os preços de carbono caíram para baixas recordes neste ano, diante de um acúmulo de créditos excedentes. Com o carbono abaixo dos 5 euros por tonelada, é mais caro queimar gás que carvão.
O grupo Magritte inclui a francesa GDF Suez, a alemã E.ON, a espanhola Iberdrola, a italiana ENEL, entre outras.