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Eleitores não punem governo por naufrágio na Coreia do Sul

Coreia do Sul ficou dividida entre principais forças políticas nas eleições, o que descartou punição ao governo pela gestão do naufrágio da balsa Sewol


	Sewol afunda na Coreia do Sul: naufrágio deixou mais de 300 mortos
 (KIM HONG-JI/Reuters)

Sewol afunda na Coreia do Sul: naufrágio deixou mais de 300 mortos (KIM HONG-JI/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 10h58.

Seul - A Coreia do Sul ficou dividida entre as duas principais forças políticas do país nas eleições locais realizadas nesta quinta-feira, o que descartou a esperada "punição" ao governo pela criticada gestão do naufrágio da balsa Sewol, que deixou mais de 300 mortos, a maioria adolescentes.

A oposição progressista, a Nova Aliança Política pela Democracia (NAPD), obteve o poder em nove das 17 províncias e cidades em jogo, entre elas a capital Seul, onde reelegeu seu carismático prefeito, Park Won-soon, com ampla vantagem sobre o seu concorrente.

O partido governante Saenuri, de tendência conservadora, venceu em oito circunscrições, inclusive a província de Gyeonggi, que fica nos arredores da capital e onde vivem mais de 12 milhões de pessoas, segundo os resultados divulgados hoje, com quase a totalidade das urnas apuradas.

Assim, todos os analistas afirmaram que o governo se saiu bem em um pleito que foi considerado como uma avaliação dos cidadãos da gestão do naufrágio da embarcação Sewol no dia 16 de abril, que deixou no total 304 mortos, a maioria estudantes de 16 e 17 anos.

O trágico acidente gerou muitas críticas ao Executivo comandado pela presidente Park Geun-hye, que foi acusado de não garantir as medidas de segurança adequadas, reagir tarde e mal, não dedicar esforços suficientes para o resgate e divulgar informações erradas.

A pressão sobre o governo, com protestos contínuos dos familiares das vítimas e de cidadãos, chegou a tal ponto que a presidente Park teve que pedir desculpas várias vezes, o que levou alguns analistas a esperarem outro naufrágio, neste caso eleitoral, do partido Saenuri.

"Acho que nos defendemos bem, apesar da tragédia do Sewol", avaliou hoje o secretário-geral do partido governante, Yoon Sang-hyun, para a imprensa.

Por outro lado, o prefeito de Seul, após vencer seu concorrente do Saenuri por quase 13 pontos de margem, classificou sua vitória como "o triunfo de todos os cidadãos que, em sua dor pelo Sewol, exigem uma mudança fundamental".

O pleito também teve especial destaque na província de Jeolla do Sul, local do naufrágio e onde a balsa permanece no fundo das águas com 16 corpos. O candidato do partido governante ficou relegado ao terceiro lugar com 9,6% dos votos e o NAPD arrasou com 78%.

Em todo caso, as duas províncias de Jeolla, no sudoeste do país, são redutos progressistas, que obtiveram vitórias tranquilas, enquanto o Saenuri triunfou em seus tradicionais feudos eleitorais em Gyeongsang, no sudeste.

Essa divisão, que ocorreu praticamente em todas as eleições das últimas décadas, é atribuída aos regionalismos fortemente arraigados e politizados que predominam na metade sul do país.

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