Pesquisas e consultas de meios de imprensa consultados teriam sido realizadas pela internet ou por telefone, pelos quais os dados, que em sua maioria incluem entre os dois mais votados o candidato reformista moderado Hassan Rohani, não têm uma confiabilidade estatística (Majid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2013 às 19h07.
Teerã - As eleições presidenciais e locais terminaram nesta sexta-feira no Irã depois de 15 horas de votações, nas quais as autoridades asseguram que a participação foi em massa, considerando um claro apoio à legitimidade do regime islâmico.
A última província a fechar os centros de votação foi Teerã, onde o governador autorizou sua abertura até as 23h (horário local, 15h30 de Brasília), porque muitos ainda registravam longas filas, segundo mostrou a televisão oficial 'IRIB'.
Na longa jornada de votação, segundo diferentes portais informativos da internet e meios de imprensa locais consultados pela Efe, que divulgam dados próprios, nenhum candidato teria obtido uma maioria acima de 50%, por isso que seria preciso realizar um segundo turno, que aconteceria no dia 21 de junho.
As pesquisas e consultas destes meios de imprensa teriam sido realizadas pela internet ou por telefone, pelos quais os dados, que em sua maioria incluem entre os dois mais votados o candidato reformista moderado Hassan Rohani, não têm uma confiabilidade estatística.
Os quatro candidatos ultraconservadores principalistas, Saeed Jalili, Ali Akbar Velajati, Mohamad Bagher Qalibaf e Mohsen Rezaei, estão muito igualados nestas projeções e sua situação, em algumas ocasiões, parece depender das regiões onde foram realizadas as consultas, enquanto o tecnocrata Mohamad Gharazi não aparece.
Se Rohani - patrocinado pelos ex-presidentes reformistas Akbar Hashemi Rafsanjani e Mohamed Khatami - passar para o segundo turno, será um triunfo do poder de convocação deste setor, ao ter atraído os desencantados das presidenciais de 2009, nas quais houve denúncias de fraude e protestos sangrentos reprimidos.
Espera-se que o Ministério do Interior divulgue os dados finais provisórios das presidenciais antes de 24 horas e, posteriormente, terão que ser ratificados pelo Conselho de Guardiães, o órgão religioso que supervisiona a vida política do sistema teocrático da República Islâmica.
As autoridades não deram números de participação, mas a diferença com as eleições legislativas de 2012, quando muitos centros de votação permaneceram praticamente vazios, foi palpável e se viram grandes filas em muitos deles, com até mais de três horas de espera apesar ao intenso calor da jornada.
O porta-voz do Conselho de Guardiães, Abbas Ali Kadjodai, em um pronunciamento aos jornalistas pouco antes do fechamento dos colégios eleitorais, afirmou que não tiveram notícias de irregularidades destacáveis durante a jornada de votação.
Kadjodai assinalou que os representantes do Conselho, formado por 12 clérigos e jurisconsultos muçulmanos xiitas, permanecerão em todos os centros até que a apuração termine.
O chefe da Polícia Nacional iraniana, o general Esmail Ahmadi Moghadam, assegurou que 'não houve nenhum problema de segurança' e lembrou que, para garantir a segurança do país, algumas passagens de fronteira foram fechadas.
Em Teerã, a segurança foi extremada no interior e nos limites dos centros eleitorais, com a presença de vários policiais e milicianos dos Voluntários Islâmicos (Basij), mas nas ruas a presença policial era a normal.
Também as comunicações, especialmente pela internet, tiveram problemas ao se reduzir a velocidade de conexão, o que tornava impossível ou extremamente lento abrir muitas páginas web e a transmissão de dados.
Com a oposição laica banida, os nacionalistas islâmicos do atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, marginalizados e com os reformistas muito debilitados, estas presidenciais foram as eleições mais restritas da história da República Islâmica, que em cada processo eleitoral relega mais setores e reduz sua base.