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Eleições nos EUA: Nikki Haley confirma desistência e deixa caminho livre para Trump

Única competidora do ex-presidente nas primárias, ela suspendeu campanha após mau desempenho na Super Terça

Nikki Haley, durante comício em Fort Worth, Texas, em 4 de março (Emil Lippe/AFP)

Nikki Haley, durante comício em Fort Worth, Texas, em 4 de março (Emil Lippe/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 6 de março de 2024 às 12h05.

Última atualização em 6 de março de 2024 às 12h28.

Nikki Haley, a última desafiante de Donald Trump nas primárias republicanas, desistiu da disputa nesta quarta-feira, 6, após ter um desempenho pífio na Super Terça. Com isso, o ex-presidente fica com caminho livre para obter a nomeação do partido para disputar as eleições presidenciais de 2024.

Haley anunciou a saída em um discurso em Charleston, Carolina do Sul por volta das 10h desta quarta (12h em Brasília). Na Super Terça, Haley venceu apenas em Vermont, um dos 15 estados em disputa. Trump venceu os outros 14, incluindo estados de grande população, como Califórnia e Texas.

Com isso, Trump deverá repetir a disputa de 2020 com Joe Biden pela Casa Branca. Naquele ano, o republicano era o atual presidente e perdeu a disputa para o democrata.

A trajetória de Nikki Haley

Haley nasceu em 1972 em Bamberg, na Carolina do Sul, filha de imigrantes indianos. Ela se formou em contabilidade e depois foi CFO de um negócio da família, a Exotica International, marca de roupas que começou como uma loja de presentes criada por sua mãe e que se tornou uma empresa milionária.

Em 2005, foi eleita como deputada estadual na Carolina do Sul. Na campanha, defendia pontos como cortes de impostos, controles à imigração e restrição ao aborto.

Cinco anos depois, em 2010, se elegeu governadora do estado, cargo em que ficou por dois termos, mas saiu antes do fim do segundo mandato para aceitar um convite: em 2017, o então presidente Donald Trump a nomeou como embaixadora dos Estados Unidos na ONU, cargo em que ela ficou até 2018.

Como embaixadora, ela defendeu as posições de Trump de buscar impedir que Irã e Coreia do Norte avançassem no caminho para obter uma bomba nuclear.

Em 2023, ela foi a primeira candidata a anunciar que disputaria as primárias republicanas contra Donald Trump. Ela defendia que era "hora de uma nova geração".

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No entanto, seu desempenho nas primárias foi fraco. Na primeira rodada, em Iowa, Trump venceu facilmente e ela terminou em terceiro lugar. Na segunda etapa, em New Hampshire, ela ficou em segundo lugar, 11 pontos atrás do ex-presidente.

Logo nas primeiras rodadas, outros rivais desistiram da disputa republicana, como Ron DeSantis, governador da Florida, e o empresário Vivek Ramaswamy. Assim, Haley ficou sozinha na disputa com Trump.

Havia grande expectativa sobre como seria a votação dela na Carolina do Sul, seu estado natal. Uma vitória ali poderia dar impulso à campanha e criar uma onda favorável, mas isso não ocorreu: Trump também venceu lá, por 59,8% a 39,5%.

Após a derrota em seu estado natal, Haley havia sinalizado que manteria a campanha até a Super Terça, o que acabou ocorrendo. Uma das principais razões para a desistência é o alto custo para manter uma campanha em atividade. Nos EUA, não há financiamento público e os candidatos precisam obter doações de forma contínua. Assim, más votações nas urnas reduz o interesse de doadores e leva as campanhas a entrarem em um ciclo de dificuldades.

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