Corina Yoris: filósofa teve a candidatura endossada por María Corina Machado, que foi impedida pela justiça venezuelana de concorrer (Federico Parra/AFP/Getty Images)
Redatora
Publicado em 25 de março de 2024 às 06h54.
A Plataforma Unitária Democrática, que representa 10 partidos de oposição na Venezuela, disse que não consegue registrar a candidatura de Corina Yoris no Conselho Nacional Eleitoral. A janela para inscrição de candidatos acaba nesta segunda-feira, 25.
"Já se passaram mais de 54 horas desde o início do período de inscrição sem que nos fosse permitido o acesso ao sistema para poder inscrever a doutora Corina Yoris. Repetimos mais uma vez: nada nem ninguém nos tirará da rota eleitoral para conseguir a mudança para a nossa Venezuela com a força do voto majoritário", informou a PUD.
Corina Yoris foi anunciada como substituta de María Corina Machado, que ganhou as primárias em outubro mas foi impedida pelo regime de Nicolás Maduro de concorrer às eleições marcadas para 28 de julho. Yoris, uma filósofa, foi então indicada para substituí-la.
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Se o Conselho Nacional Eleitoral rejeitar sua candidatura, a nomeação da oposição não poderá ser alterada novamente. María Corina Machado disse que o impasse na inscrição de sua substituta é mais uma manobra do regime para impedir que a Plataforma Unitária Democrática concorra no pleito presidencial.
María Corina Machado, principal nome opositor a Nicolás Maduro, foi inabilitada por 15 anos pelo Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, que é controlado por chavistas. Mesmo assim, ela teve uma vitória expressiva nas primárias em outubro e tentava fazer com que sua candidatura fosse reconhecida.
No entanto, na última sexta-feira, a Plataforma Unitária Democrática anunciou a candidatura de Corina Yoris, em uma tentativa de fazer frente ao governo de Maduro. Dois dias antes, o ministério emitiu mandatos de prisão contra dirigentes do partido de Corina Machado por supostas "ações desestabilizadoras" no país.
Caso a oposição não consiga participar das eleições, é provável que Madura repita o caminho até a vitória como em 2018, quando o Tribunal Supremo de Justiça vetou a participação dos oponentes da Mesa da Unidade Democrática (MUD).