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Eleições na Argentina: último debate na TV tem ataques duros entre candidatos

Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrich trocaram insultos e acusações entre si em vários momentos

Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina, durante debate (Tomas Cuesta/Getty Images)

Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina, durante debate (Tomas Cuesta/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 8 de outubro de 2023 às 23h13.

Última atualização em 8 de outubro de 2023 às 23h24.

O segundo e último debate na TV entre os candidatos à Presidência da Argentina foi marcado por ataques  duros entre os candidatos, que buscavam atacar uns aos outros com frases de efeito.

Javier Milei, líder das pesquisas, voltou a chamar Patricia Bullrich de "montonera assassina", em referência ao passado dela como militante. Bullrich nega ter cometido crimes. Em outro momento, a candidata diisse que Sergio Massa, ministro da Economia, tem amigos ladrões e que vive em um país que não existe. E Massa comparou as propostas trabalhistas de Milei, de desregulamentar contratações, a uma volta à escravidão.

O encontro reuniu cinco nomes. Além de Milei, Bullrich e Massa, também participaram Juan Schiaretti e Myriam Bregman, ambos de partidos de esquerda. O debate foi realizado na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, em formato de pool, com transmissão por várias emissoras e sites de notícias.

Bullrich adotou tom duro, com vários ataques diretos a Massa. "Quando vão deixar de roubar? Não venha com planozinhos que levam os garotos de férias a Bariloche. Pare de f*** com planozinhos", disse ao ministro, elevando a voz. "Ser vulgar não vai te fazer mais popular", rebateu ele.

Massa teve de novo de responder pela situação ruim da economia. "É o ministro que levou a inflação de 65 a 140%. O dólar que estava em 250 [pesos] está 900 no paralelo, há tantos tipos de câmbio porque não há reservas", atacou Schiaretti, candidato e atual governador de Córdoba.

Já Milei parecia mais à vontade, salpicando ataques aos rivais em suas falas, com poucas alterações de tom de voz. Quando era atacado, fazia caras e bocas para demonstrar ironia enquanto os rivais falavam. "Não nego a mudança climática. Estamos no quinto ciclo, no que a diferença com os quatro anteriores é que antes não havia ser humano. Todas as políticas que culpam o ser humano pela mudança climática são falsas", respondeu, ao ser questionado sobre o tema.

Milei usou Bregman como alvo para atacar a esquerda em vários momentos. "Se os socialistas soubessem de economia, não seriam socialistas. É seu caso, Myriam", provocou.

Uma enquete feita durante a transmissão do site La Nación, com 123 mil votos, mostrou que 73% dos espectadores consideraram Milei o melhor do debate. Massa veio em segundo, com 11%, e Bullrich em terceiro, com 7%.

O primeiro turno da eleição será realizado em 22 de outubro. Segundo um compilado das pesquisas divulgadas entre o fim de agosto e 1º de outubro, elaborado pelo jornal El País, Milei tinha 35,3% dos votos, contra 30% de  Massa, e Bullrich, 25,9%. Se os percentuais se manterem, haverá segundo turno entre Milei e Massa, a ser disputado em 19 de novembro. Caso a segunda rodada se confirme, haverá um terceiro debate na TV em 12 de novembro.

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