O presidente Luiz Inacio Lula da Silva, durante reunião ministerial no começo de novembro (Ricardo Stuckert/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 14 de novembro de 2023 às 13h38.
A poucos dias do segundo turno das eleições na Argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que a população do país vizinho "pense" na América do Sul, América Latina e no Mercosul na hora de votar. De acordo com o petista, o novo presidente da Argentina precisa gostar da democracia e respeitar as instituições.
"Só queria pedir ao povo argentino, na hora de voltar, pense na Argentina, é soberano o voto de vocês, mas pense um pouco no tipo de América do Sul que você quer criar, América Latina que você quer criar e de Mercosul que você quer criar. Juntos, nós seremos fortes", comentou.
As declarações ocorreram durante transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, denominada de Conversa com o Presidente, nesta terça-feira, 14. No início da fala, Lula disse que não iria falar sobre as eleições no país vizinho "porque é direito soberano do povo", mas fez um apelo ao povo. "A Argentina e Brasil, nós precisamos um do outro, precisamos estar juntos, sem divergências. Quando tivermos divergência, senta numa mesa, negocia a acaba com a divergência", declarou. "Queria pedir que vocês lembrem que o Brasil precisa da Argentina e Argentina precisa do Brasil."
O presidente afirmou que a relação entre ambos os países é um "exemplo de amizade" e citou a importância comercial entre as nações. "Para isso, é preciso ter um presidente que goste de democracia, que respeite as instituições, que goste do Mercosul, que goste da América do Sul e que pense na criação de um bloco importante", comentou.
"Hoje o mundo está dividido em blocos: bloco europeu, bloco asiático. Preciso criar nosso bloco para negociar comercialmente com o resto do mundo", afirmou. "Para isso, precisamos estar juntos. Se brigamos, não iremos a lugar nenhum."
A Argentina entra na sua reta final da campanha à presidência. O segundo turno das eleições está marcado para o próximo domingo, dia 19. De um lado da disputa está Javier Milei, pelo partido La Libertad Avanza, e do outro o peronista Sergio Massa, pelo Unión por la Patria. Segundo as últimas pesquisas, eles estão empatados dentro da margem de erro.
O PT, partido de Lula, declarou apoio a Massa, e consultores ligados à legenda têm dado apoio à campanha do ministro argentino. Já Milei deu várias declarações com críticas a Lula. No debate de domingo, 12, demonstrou não fazer questão de ter uma relação próxima com o líder brasileiro. "Qual o problema se eu não falar com Lula? [Alberto] Fernández não falava com [Jair] Bolsonaro", disse Milei. Massa respondeu que ele mesmo, como ministro, se reuniu com Bolsonaro e também com Lula.
Com Estadão Conteúdo.