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Eleições na Alemanha: Alice Weidel é eleita como candidata da extrema-direita

Segundo pesquisa, o partido AfD poderá obter 22% dos votos, ficando em segundo lugar, atrás apenas do bloco conservador CDU-CSU

Alice Weidel: alemã criticou o bloco conservador CDU-CSU, favorito nas pesquisas, por copiar o programa da AfD (Axel Schmidt/Reuters)

Alice Weidel: alemã criticou o bloco conservador CDU-CSU, favorito nas pesquisas, por copiar o programa da AfD (Axel Schmidt/Reuters)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 11h53.

Última atualização em 11 de janeiro de 2025 às 11h57.

Alice Weidel, colíder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), foi formalmente confirmada neste sábado como candidata às eleições de 23 de fevereiro, nas quais, segundo uma pesquisa realizada hoje, a legenda poderá obter 22% dos votos, ficando em segundo lugar, atrás apenas do bloco conservador CDU-CSU.

Weidel foi eleita por unanimidade pelos delegados que participaram do congresso do partido em Riesa, no leste da Alemanha, que começou com duas horas de atraso depois que milhares de manifestantes bloquearam o acesso à cidade e ao próprio salão do evento.

A candidata de extrema-direita agradeceu à polícia pelo trabalho, uma vez que, segundo seu relato, teve que "libertar" seu carro "de uma multidão de esquerda disposta à violência", referindo-se aos manifestantes como "nazistas pintados de vermelho".

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Weidel também agradeceu ao magnata americano Elon Musk, que expressou seu apoio ao partido de extrema-direita alemão e entrevistou a própria líder esta semana, pela transmissão ao vivo do congresso em sua plataforma X.

"Liberdade de expressão!", gritou Weidel em inglês.

A colíder do partido de extrema-direita resumiu alguns de seus planos caso fizesse parte do governo, algo improvável, já que os outros partidos se comprometeram a manter o cordão sanitário para deixar os extremistas longe do poder.

Weidel prometeu "fechar as fronteiras sem brechas e rechaçar todos os imigrantes ilegais ou sem documentos" e "enviar a mensagem ao mundo de que as fronteiras estão fechadas", bem como realizar "deportações em larga escala".

"Se você quer chamar isso de remigração, então chame de remigração", declarou sob aplausos, usando o controverso termo da extrema-direita que abrange a expulsão de imigrantes de países ocidentais, bem como de pessoas com raízes estrangeiras.

Sob a liderança da AfD, a Alemanha se retirará do sistema de asilo europeu, disse Weidel, que também prometeu não proibir motores de combustão, reduzir impostos corporativos e eliminar programas sobre mudança climática.

Em matéria de política energética, propôs reativar reatores nucleares, estender a vida útil de usinas elétricas a carvão e reativar o gasoduto Nord Stream, operado pela empresa estatal russa Gazprom.

Weidel, que é lésbica, também protestou contra a ideologia "queer-woke" e gritou para delegados entusiasmados que, se a AfD chegar ao poder, fechará todos os programas de estudos de gênero nas universidades alemãs.

Por fim, criticou o bloco conservador CDU-CSU, favorito nas pesquisas, por copiar o programa da AfD.

"Votem no original", pediu Weidel aos cidadãos, antes de concluir: "Os alemães querem liberdade, querem liberdade individual, querem liberdade empresarial, queremos liberdade".

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