Espera-se que este processo termine com a reeleição de Raúl Castro para um novo período de cinco anos (REUTERS/Desmond Boylan)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 09h48.
Os cubanos começaram a eleger neste domingo os 612 membros de seu Parlamento com igual número de candidatos, em eleições sem surpresas, sem a presença da oposição, e que certamente levarão à reeleição do presidente Raúl Castro.
As 29.957 seções eleitorais instaladas em todo o país abriram às 07h00 locais (10h00 de Brasília) para 8,5 milhões de eleitores inscritos, em um pleito que têm entre os candidatos o chefe de Estado e seu irmão, Fidel, líder mítico da Revolução Cubana com 86 anos, afastado do poder desde 2006 devido a um problema de saúde.
Os cubanos também elegerão no domingo, mediante voto direto e secreto, os 1.269 membros das 15 assembleias provinciais com o mesmo número de postulantes, em um processo que põe em risco o domínio exercido pelo governista Partido Comunista (único) sobre a sociedade.
O sistema eleitoral cubano "é distinto" e "a democracia diferente", mas "sinto que é muito mais democrático do que a maioria que conheço", declarou à televisão local o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, ao votar em uma escola de Havana.
No ato de abertura da votação foi lido um chamado das autoridades eleitorais para a participação maciça dos eleitores, em "uma manifestação genuína da nossa democracia socialista" que "se materializa com total transparência, sem politicagem nem demagogia".
Uma vez constituído o novo Parlamento, ele deverá eleger entre seus membros uns 30 integrantes do Conselho de Estado, órgão executivo máximo do país, um processo que costuma ser celebrado em 24 de fevereiro.
Espera-se que este processo termine com a reeleição de Raúl Castro para um novo período de cinco anos. Este seria seu último mandato, segundo o limite de 10 anos para ocupar um cargo proposto pelo mesmo e ratificado pelo Partido há um ano, que ainda requer uma reforma constitucional.
Os opositores cubanos, tachados pelo governo de "mercenários" a serviço dos Estados Unidos, desqualificam o processo assegurando que embora o partido governista não apresente candidatos, supervisiona e assegura, com sua influência e o voto de seus militantes e simpatizantes, que nenhum dissidente seja nem mesmo postulado a um cargo.
Os dissidentes geralmente manifestam sua oposição votando em branco, abstendo-se ou escrevendo palavras de ordem nas cédulas para que sejam anuladas.
Nas eleições municipais de outubro passado, a primeira etapa do atual processo eleitoral, votaram 92% dos eleitores, segundo números oficiais.