Manuel Zelaya: de acordo com o ex-presidente, o nome de sua esposa foi escolhido "por consenso" dentro da legenda (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2013 às 12h33.
A família Zelaya, que foi tirada do poder em Honduras, em 2009, com a deposição de Manuel Zelaya, pode voltar ao governo nas eleições deste domingo (24). A esposa do ex-presidente, Xiomara Castro, concorre à Presidência do país, e o próprio ex-chefe de Estado batalha por uma cadeira no Congresso.
A volta da família ao governo mostra aos opositores que, ao contrário do que pensavam, o Golpe de Estado em Honduras não tirou o poder dos Zelaya, mas os fortaleceu de alguma forma.
Xiomara, uma das preferidas nas pesquisas de intenção de voto, concorre pelo partido de esquerda Liberdade e Refundação (Libre), que surgiu da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), um movimento fundando por partidários de Zelaya após sua deposição.
De acordo com o ex-presidente, o nome de sua esposa foi escolhido "por consenso" dentro da legenda.
O Libre é formado principalmente por setores descontentes com a elite hondurenha, que governa o país há décadas, entre eles: sindicalistas, ativistas, expoentes do movimento LGBT, agricultores, intelectuais, feministas e indígenas.
Desde que se casou com Zelaya, em 1976, Xiomara sempre esteve envolvida em causas sociais. Quando ele foi eleito pelo conservador Partido Liberal, em 2006, Xiomara fez parte do seu governo, que foi marcado pelas denúncias de corrupção. Quando o marido foi deposto, ela lutou por sua volta ao país, permitida somente em 2011, organizando passeatas e juntando simpatizantes, que criariam o FNRP.
Apesar de ter um programa bastante progressista, o que lhe rendeu o apelido de "novo Hugo Chávez" entre os conservadores, seu governo propõe uma proximidades com os Estados Unidos e não é contrário aos investimentos externos.
Além da volta dos "Zelayas", essas eleições também podem marcar o fim do bipartidarismo em Honduras (liderado pelas legendas Liberal e Nacional, ambas de orientação conservadora), uma vez que além do Libre, outros três partidos têm candidatos a Presidência: o Partido Anticorrupção (Pac), a Frente Ampla Popular de Resistência (Faper) e a Aliança Patriótica Hondurenha (Aph).