Ron DeSantis e Nikki Haley, durante debate na quarta-feira, em Des Moines, Iowa (Chip Somodevilla/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 11h12.
Última atualização em 22 de janeiro de 2024 às 10h46.
No último debate antes do início das primárias republicanas, os candidatos Nikki Haley e Ron DeSantis tentaram, em vários momentos, mostrar como pretendem avançar em ações como combater a imigração, restringir o aborto e cortar gastos públicos, e fazer melhor do que o ex-presidente Donald Trump.
Haley e DeSantis disputam com Trump a nomeação republicana para as eleições presidenciais, em novembro. O ex-presidente é favorito para obter a indicação, segundo as pesquisas, e não foi ao debate: preferiu dar uma entrevista ao vivo em outro canal, a Fox News. A primeira votação está marcada para segunda, 15, no estado de Iowa.
Os dois republicaos fizeram críticas a Trump, mas buscaram mostrar respeito ao legado do ex-presidente. Haley disse que ele foi importante, mas que é hora de uma nova geração assumir o poder.
Já DeSantis afirmou que cumprirá para valer uma das principais promessas de Trump, a de construir um muro na fronteira com o México, e que fará os mexicanos pagarem por isso. Uma ideia é taxar os recursos que imigrantes que trabalham nos EUA enviam para seus países de origem.
Outras propostas do governador da Florida são acabar com o Green New Deal, o plano de transição verde do presidente Joe Biden, e frear regras que priorizam carros elétricos.
Haley, em resposta, prometeu também ser firme contra a imigração e aumentar a fiscalização contra empresas que contratam pessoas sem documentos, além de tirar recursos de cidades-santuário, como Nova York e Washington, que têm regras mais brandas para estrangeiros em situação irregular.
DeSantis, governador da Florida, foi mais incisivo nos ataques a Haley, com várias críticas à atuação dela durante o período em que foi governadora da Carolina do Sul. Ele a acusou de subir impostos sobre a gasolina, o que ela disse ser mentira. Diversas vezes, Haley pediu aos espectadores que acessassem um site para checar as informações verdadeiras, o que se tornou repetitivo ao longo do debate.
A ex-governadora manteve uma postura firme durante os ataques, mas se exaltou um pouco ao ser questionada sobre a divisão de banheiros por gênero. Ela disse ser a favor de que transições de gênero só sejam iniciadas depois dos 18 anos, e comparou a questão à fazer tatuagens.
DeSantis parecia mais à vontade em muitos momentos do debate e foi mais claro em suas propostas, o que motivou analistas de alguns veículos americanos a considerá-lo como vencedor do debate, por ligeira vantagem.
Os dois nomes são os principais competidores atuais de Trump, em uma disputa republicana que vai se estreitando. Horas antes do debate, Chris Christie, ex-governador de Nova Jersey, desistiu das primárias. O ex-presidente tem cerca de 61% de preferência entre os republicanos, enquanto DeSantis e Haley disputam o segundo lugar, na faixa de cerca de 12% para cada um.
Há outros três nomes no páreo, mas com números mais fracos nas pesquisas: o empreendedor Vivek Ramaswamy, com 4,5%, Asa Hutchinson, ex-governador do Arkansas, com 0,9%, e Ryan Binkley, empresário, perto de 0%.