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EI segue usando civis como escudos humanos no Iraque, diz ONU

O porta-voz também fez um pedido para as forças iraquianas e seus aliados para garantirem que seus soldados não vão cometer abusos contra civis

EI: "Existe o temor de que essas não serão as últimas denúncias de ações bárbaras do EI" (Yaser Al-Khodor/Reuters)

EI: "Existe o temor de que essas não serão as últimas denúncias de ações bárbaras do EI" (Yaser Al-Khodor/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de outubro de 2016 às 11h05.

Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 11h12.

Genebra - O Estado Islâmico (EI) continua usando civis como escudos humanos ao forçá-los a ficarem em lugares onde estão seus militantes e a impedi-los de fugir para outras localidades, denunciou nesta terça-feira o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Em entrevista coletiva, seu porta-voz, Rupert Colville, indicou que "várias e diversas fontes de varias origens" denunciaram que os militantes do EI "estão usando civis como escudos humanos de forma deliberada, ao forçá-los a ficarem em lugares onde estão os combatentes e ao evitar que eles possam ir para outros lugares".

Colville disse que não vai nomear as fontes para protegê-las, já que elas se encontram no Iraque, e esclareceu que tem uma relação de confiança com muitas delas há bastante tempo.

O porta-voz também especificou que "é muito difícil verificar essas denúncias", por isso pediu que esses exemplos sejam tratados como "preliminares, e não definitivos".

"Seguimos recebendo relatórios de humilhações - incluindo execuções extrajudiciais e sumárias - contra crianças, mulheres e homens por parte do EI, enquanto as forças do governo iraquiano avançam rumo a Mossul", afirmou Colville.

Além disso, o porta-voz relatou vários exemplos de denúncias, como uma ocorrida na cidade de Safina, onde aparentemente 15 civis foram assassinados e seus corpos jogados em um rio em uma tentativa de aterrorizar a população.

Em outra ocasião, no dia 19 de outubro, militantes do EI amarraram as mãos de seis civis a um veículo e os arrastaram por toda a cidade, supostamente por terem laços familiares com uma pessoa que luta ao lado das forças governamentais.

Outras denúncias afirmam que os jihadistas assassinaram três meninas e três mulheres na cidade de Rufeila porque elas caminhavam muito devagar em sua saída forçada da cidade, já que uma das menores era deficiente.

Além disso, os militantes supostamente assassinaram nos arredores de Mossul 50 policiais que tinham sido sequestrados.

"Existe o temor de que essas não serão as últimas denúncias de ações bárbaras do EI", assumiu Colville.

O porta-voz também fez um pedido para as forças governamentais iraquianas e seus aliados para garantirem que seus soldados não vão cometer abusos contra os civis que conseguirem escapar das áreas controladas pelos jihadistas.

Colville denunciou que as autoridades de Kirkuk assediaram os deslocados internos da cidade ao forçá-los a deixarem suas residências, após um ataque surpresa de militantes do EI.

O porta-voz disse que entende as preocupações de segurança, mas reiterou que as forças não devem violar os direitos de pessoas que já estão sofrendo bastante.

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