EI: os confrontos armados e os atentados contra as autoridades e as forças de segurança são cada vez menos frequentes na Chechênia (Khalid al Mousily/Reuters)
AFP
Publicado em 24 de março de 2017 às 17h19.
O grupo ultrarradical Estado Islâmico (EI) reivindicou um ataque contra uma base militar na Chechênia, que deixou seis mortos entre as forças de segurança russas, segundo o centro americano de vigilância de sites extremistas SITE.
Segundo um comunicado do EI citado pelo SITE, seis indivíduos "conseguiram atacar uma base militar da Guarda Nacional russa" no noroeste da instável república do Cáucaso, onde enfrentaram os soldados russos "durante horas com armas leves e mataram seis deles", antes de serem abatidos.
As autoridades russas haviam comunicado anteriormente o mesmo balanço de vítimas após o ataque ocorrido na noite de quinta-feira na região de Naurskaya.
Os criminosos aproveitaram uma espessa névoa para tentar entrar na base, mas os militares os surpreenderam e abriram fogo contra eles, segundo a Guarda Nacional.
Os confrontos armados e os atentados contra as autoridades e as forças de segurança são cada vez menos frequentes na Chechênia, mas seguem ocorrendo com frequência no Daguestão, a pequena república vizinha do Cáucaso russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou nesta sexta-feira o ocorrido de "acontecimento difícil" e insistiu na necessidade "de reconhecer a realidade do perigo e de unir" os esforços de todos "na luta contra o terrorismo".
Por sua vez, o autoritário presidente da Chechênia, Ramzan Kadirov, ofereceu condolências à Guarda Nacional e considerou que a morte dos seis soldados russos era "responsabilidade sua e de todas as forças de segurança que se encontram na Chechênia", segundo declarações recolhidas pela agência de notícias Interfax.
"Acreditávamos que tínhamos neutralizado a ameaça, mas esses demônios têm pérfidas intenções", declarou, prometendo uma "luta feroz" contra os combatentes extremistas islâmicos.
Após a primeira guerra da Chechênia (1994-1996), travada entre o exército russo e os separatistas chechenos, a rebelião nesta república russa foi se islamizando progressivamente e transbordou para se transformar em meados dos anos 2000 em um movimento islamita armado ativo em todo o norte do Cáucaso.
No fim de junho de 2015, a rebelião armada islamita no Cáucaso russo jurou lealdade à organização extremista Estado Islâmico (EI), a quem fornece grande quantidade de combatentes que se alistam na Síria e no Iraque.
Segundo o serviço de segurança russo (FSB), ao menos 7.000 cidadãos da ex-União Soviética, entre eles 2.900 russos, uniram-se às fileiras extremistas no Iraque e na Síria.