Militantes do Estado Islâmico: os desertores foram assassinados por outros membros do grupo extremista após fugirem da cidade de Al Raqqa (Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2015 às 07h56.
Beirute - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assassinou nos últimos três meses mais de 200 de seus integrantes naturais da Chechênia e países centro-asiáticos que pretendiam desertar, revelou nesta quinta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
A ONG, que cita como fonte uma ex-liderança do EI que deixou o grupo, explicou que o motivo, especialmente no caso de chechenos, turcomenos e de outros combatentes do Cáucaso, é a crença que sua luta com esta organização é equivocada e preferem se unir à Frente al Nusra, braço sírio da Al Qaeda, para combater a Rússia.
Segundo a fonte, esta visão se aguçou com os preparativos russos para apoiar o regime de Bashar al Assad com a campanha de bombardeios iniciada no final de setembro.
Os desertores foram assassinados por outros membros do grupo extremista após fugirem da cidade de Al Raqqa, principal reduto dos jihadistas, na vizinha Al Makirshi, e seus corpos foram jogados em uma fossa em Al Huta, também nas redondezas.
A fonte dissidente informou à ONG que outros 21 integrantes morreram em agosto quando preparavam sua fuga dos arredores da base militar de Kueires, nas proximidades da cidade de Aleppo.
Este aeroporto militar está há meses cercado pelos extremistas e dentro dele, sem conseguir sair, estão forças do regime sírio. Atualmente, o exército, com apoio de aviões russos, realiza uma ofensiva na região para expulsar o EI.