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Egito teme que protestos prejudiquem o turismo

Atrações turísticas foram fechadas e algumas foram alvos de saques; setor é um dos mais importantes do país

Pirâmides do Egito: atração foi fechada devido aos protestos (Ricardo Liberato/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Pirâmides do Egito: atração foi fechada devido aos protestos (Ricardo Liberato/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 09h35.

Cairo - Os protestos no Egito geraram cenas incomuns no país - com a presença de tanques diante das Pirâmides de Giza e ruas desertas no famoso mercado de Khan el-Khalili -, o que vem afetando o turismo, um setor essencial para a economia egípcia.

O local que abriga as pirâmides permanece fechado desde sexta-feira, quando os protestos se intensificaram, e permanece cercado por vários tanques e ampla presença militar.

Os soldados não permitem nem mesmo que os veículos parem diante das pirâmides, as principais atrações turísticas da capital egípcia.

Outro dos grandes ícones do Cairo, o Museu Egípcio, não só mantém suas portas fechadas, como também foi saqueado na noite de sexta-feira até alguns cidadãos montarem um cordão humano em torno do local para evitar atos de vandalismo.

Pouco comum também é a situação no mercado Khan el-Khalili, onde apenas a praça de alimentação e algumas joalherias ficaram abertas, enquanto seus proprietários conversavam sobre as últimas notícias relacionadas à crise política no país.

Nesta segunda-feira, esse famoso mercado contava apenas com alguns turistas, que ficaram sem muitas opções de locais para visitar.

"Estou muito assustado. Mas não tenho escolha, já que não posso voltar para casa porque não há voos. Portanto, tentarei aproveitar ao máximo os dias que me restam aqui", disse à Agência Efe o malaio Lokman Mahmoud, que está de viagem ao Cairo com seus filhos.

O aposentado finlandês Olle Hekkila afirmou que a embaixada da Finlândia deve fretar um avião para levar seus compatriotas de volta ao país e ressaltou que os destroços em locais como o Museu Egípcio são "terríveis" e que a situação é muito complicada.

A guia egípcia Nesam Hussein reconheceu que houve "dezenas de cancelamentos" de pacotes turísticos, algo que, segundo ela, é catastrófico porque a economia egípcia "depende do turismo".

Uma das reivindicações mais comuns entre os comerciantes do mercado Khan el-Khalili era a ausência de vigilância por parte da Polícia, que saiu das ruas na sexta-feira passada após reprimir as revoltas e que não voltou a patrulhar o mercado.

"Esperamos que tudo volte à normalidade, com os policiais nas ruas", afirmou Aisan Ezet, quem trabalha em uma loja de souvenir.

Por sua vez, Ahmed Mustafa, que abriu sua loja nesta segunda-feira, ressaltou que até perto da hora do toque de recolher ainda não tinha recebido clientes, enquanto no domingo poucas pessoas entraram no estabelecimento.

"Estamos perdendo muito dinheiro em todo o país", disse Mustafa.

Os egípcios coincidem que, se essa situação se prolongar, as perdas para o setor turístico podem afundar um negócio que já foi duramente castigado nos últimos anos pela crise econômica global.

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