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Egito prende dezenas de pessoas sob nova lei antiterror

Pelo menos 38 simpatizantes sob a suspeita de pertencerem a organizações terroristas, numa clara pressão à Irmandade Muçulmana

Abdel Fattah al-Sisi: o chefe do Exército que liderou a deposição do presidente islamita Mohamed Mursi em julho, disse que o país seria "firme" diante do terrorismo (REUTERS/Ministry of Defense/Handout via Reuters)

Abdel Fattah al-Sisi: o chefe do Exército que liderou a deposição do presidente islamita Mohamed Mursi em julho, disse que o país seria "firme" diante do terrorismo (REUTERS/Ministry of Defense/Handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 16h58.

Cairo - O Egito aumentou a pressão sobre a Irmandade Muçulmana nesta quinta-feira, prendendo pelo menos 38 simpatizantes sob a suspeita de pertencerem a organizações terroristas um dia depois de o grupo ser classificado desta forma pelo governo, informaram autoridades de segurança.

O general Abdel Fattah al-Sisi, chefe do Exército que liderou a deposição do presidente islamita Mohamed Mursi em julho, disse que o país seria "firme" diante do terrorismo, depois de uma bomba de pequeno porte ser detonada no Cairo, ferindo cinco pessoas.

O governo declarou a Irmandade Muçulmana um grupo terrorista na quarta-feira em resposta a um ataque suicida no dia anterior que matou 16 pessoas no Delta do Nilo, acusando o grupo de promover o ataque. A Irmandade, que afirma ter mais de 1 milhão de membros, condenou o ataque.

A declaração dá às autoridades um amplo conjunto de medidas para combater o movimento que levou Mursi à Presidência há 18 meses, mas que entrou na clandestinidade desde da deposição de Mursi pelo Exército.

Dezesseis prisões aconteceram na província de Sharkiya, no Delta do Nilo. A agência de notícias estatal disse que os presos foram acusados de "promover a ideologia do grupo Irmandade Muçulmana, distribuindo seus panfletos, e incitando violência contra o Exército e a polícia".

A partir de agora qualquer um que esteja participando dos protestos da Irmandade Muçulmana será preso por cinco anos, disse o porta-voz do Ministério do Interior Hany Abdel Latif à TV estatal. As penas podem chegar até à prisão perpétua. "A sentença pode ser de morte para aqueles que lideram essa organização", disse ele.

As acusações de terrorismo também podem ser aplicadas a qualquer um que financie ou promova o grupo "verbalmente e na escrita". A publicação do jornal da Irmandade, o Liberdade e Justiça, foi suspensa pela decisão.


O Estado acusou a Irmandade de se tornar violenta desde que o Exército derrubou Mursi depois de gigantescos protestos contra o governo liderado por ele. Desde então, os ataques contra as forças de segurança se tornaram comuns, com cerca de 350 soldados e policiais mortos.

A Irmandade nega ter se tornado violenta, e alega que o Exército promoveu um golpe sangrento e matou centenas de simpatizantes do grupo.

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