Hosni Mubarak e Suzanne: ela é acusada de enriquecimento ilícito, abusando da posição do marido (Abdelhak Senna/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 19h43.
Cairo - Suzanne, mulher do presidente egípcio deposto, Hosni Mubarak, prometeu nesta segunda-feira entregar sua fortuna ao Estado, dias depois de iniciada a sua prisão preventiva no âmbito de uma investigação por corrupção, noticiou a agência oficial Mena.
"Suzanne Thabet, esposa do ex-presidente Hosni Mubarak, assinou três procurações para Asem al Gohari, chefe da autoridade anticorrupção (do ministério da Justiça), autorizando-o a retirar o dinheiro das contas de dois bancos e vender um chalé que possui" no Cairo, acrescentou a fonte.
Suzanne, de 70 anos, está em observação no hospital de Sharm el Sheikh, às margens do Mar Vermelho, onde deu entrada na sexta-feira, após uma crise cardíaca. As autoridades tinham acabado de colocá-la em prisão preventiva.
A esposa de Mubarak está na unidade de terapia intensiva. Seu marido também está em prisão preventiva no mesmo hospital, após sofrer um problema cardíaco.
Deposto em 11 de fevereiro por uma revolução popular, Mubarak é investigado por corrupção, bem como pela repressão de manifestantes que pediam sua saída do poder.
Segundo um balanço oficial, 846 civis morreram nas manifestações de janeiro e fevereiro e mais de 6.000 pessoas ficaram feridas.
O estado de saúde é a condição para que ambos sejam transferidos para a prisão, afirmam as autoridades.
De acordo com a agência Mena, o casal assinou, durante os interrogarórios, declarações em árabe, inglês e francês, que lançam luz sobre suas contas bancárias no Egito e no exterior.
Os dois filhos do casal, Alaa e Gamal, também estão em prisão preventiva, mas na penitenciária de Tora, periferia do Cairo.
O casal Mubarak, seus filhos e suas esposas estão proibidos de deixar o Egito. Os bens da família no país foram congelados.
Antes da revolta popular, Gamal era considerado o sucessor de seu pai, enquanto Alaa se concentrava nos negócios.
Muitos ministros de Mubarak, dirigentes do seu partido político e empresários próximos ao antigo regime são alvo de diferentes medidas judiciais.
Dois ex-ministros - o do Interior, Habib el Adli, e o do Turismo, Zoheir Garranah - já foram condenados, respectivamente, a 12 e 5 anos de prisão por malversação.