Ativista segura bandeira palestina: cerca de 4.600 réus palestinos em prisões israelenses iniciaram hoje uma greve de fome em protesto pela morte do detendo (Mohamad Torokman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2013 às 13h37.
Cairo - O Egito e o Líbano pediram nesta quarta-feira à comunidade internacional que pressione Israel para que o país respeite os direitos dos presos palestinos em suas prisões, após a morte ontem do réu Maysara Abu Hamdiye, que tinha câncer.
Em comunicado, o ministro egípcio das Relações Exteriores, Mohammed Amre, condenou o tratamento israelense aos prisioneiros palestinos, "que causou a morte do preso Maysara Abu Hamdiye", e fez um apelo pela busca de mecanismos internacionais que impeçam Israel de continuar com essas políticas.
Por sua vez, o presidente do Líbano, Michel Sulimán, solicitou em uma nota à comunidade internacional "indagar sobre o estado dos detidos e intensificar a pressão sobre Israel para obrigar-lhe a respeitar os acordos internacionais".
Para Sulimán, foi "a negligência deliberada de Israel a respeito da situação dos detidos em suas prisões" que gerou a morte de Abu Hamdiye.
"Israel mata os civis palestinos com armas pesadas, não fornece os cuidados necessários aos presos doentes, e viola impunemente os acordos e as convenções humanitárias", denunciou Suleiman.
Cerca de 4.600 réus palestinos em prisões israelenses iniciaram hoje uma greve de fome em protesto pela morte de Abu Hamdiye, da que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) acusa Israel, por falta de atendimento médico.
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, declarou ontem em Ramala perante dirigentes de seu movimento, Fatah, que a morte do preso é uma amostra da "intransigência e da arrogância" israelenses.
Por sua vez, o responsável pelo serviço de prisões israelenses no sul do país, Gondar Nasim Sabiti, defendeu que tentou conceder a Abu Hamdiye uma libertação adiantada que seria estudada novamente na mesma semana da morte.
Abu Hamdiye, condenado à prisão perpétua por seu papel em um atentado frustrado em Jerusalém, foi vítima de um câncer de garganta e morreu no hospital de Bersheva, no deserto do Neguev, perto do centro penitenciário de Seroka, para onde havia sido transferido.