Protestos contra o regime egípcio: protestos contra o presidente começaram no dia 25 de janeiro (John Moore/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 20h17.
Cairo - O jovem egípcio membro da diretoria local do Google, detido durante as manifestações contra o governo do presidente Hosni Mubarak e libertado na segunda-feira, afirmou haber pasado 12 dias detido com os olhos vendados, em entrevista à rede privada Dream 2.
Na entrevista, divulgada na noite de segunda-feira, Wael Ghonim, chefe de marketing do Google no Oriente Médio e na África, confirmou ser o administrador da página "Todos somos Khaled Said", criada no Facebook.
O grupo, junto com o Movimento 6 de abril, participou do lançamento da onda de protestos contra o presidente, que começaram em 25 de janeiro.
"Tive os olhos vendados durante 12 dias, eu não escutava nada, não sabia de nada", contou, indicando ter sido preso no dia 27 de janeiro e passado os dias seguintes em poder dos temidos serviços de segurança egípcios.
A Anistia Internacional havia pedido sua libertação, e disse temer que Ghonim fosse torturado, mas o jovem garantiu que isso não aconteceu.
"Não sou um herói, dormi durante 12 dias. Os heróis são os estavam nas ruas, os que participaram das manifestações (...)", disse, visivelmente emocionado.