Palestina: governo egípcio entrou em contato com a equipe de Trump (foto/AFP)
EFE
Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 09h42.
Cairo - O presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, acordou com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, dar uma oportunidade ao novo governo americano para buscar "uma solução completa e definitiva" ao conflito entre Israel e Palestina, informou nesta sexta-feira a agência oficial de notícias "Mena".
Segundo o meio estatal, Trump ligou ontem à noite a Al Sisi para falar do projeto de resolução apresentado pelo Egito ao Conselho de Segurança da ONU contra os assentamentos israelenses em território palestino.
O Egito, que ia submeter o texto ao voto do Conselho de Segurança nesta quinta-feira, decidiu adiar a sessão de última hora para continuar as conversas.
Na ligação telefônica, Al Sisi afirmou a Trump que espera que a nova Administração americana trate "de forma completa" a questão palestina.
A agência "Mena" acrescentou que Trump e Al Sisi também abordaram a situação no Oriente Médio e falaram da importância da cooperação conjunta entre Egito e EUA para fazer frente aos perigos que ameaçam a segurança internacional.
Os EUA exerceram historicamente o direito de veto em propostas de resolução para condenar a Israel por suas políticas rumo aos palestinos, mas especulava-se que com essa posição poderia mudar com o projeto de resolução proposto ontem pelo Egito.
No entanto, o texto não chegou a ser votado porque o Egito decidiu adiar a sessão a última hora.
Um funcionário israelense citado pela "CNN" explicou que perante a dificuldade de convencer a Administração do presidente Barack Obama para vetar a resolução, seu governo entrou em contato com a equipe de Trump, que por sua vez ligou para Al Sisi.
A minuta preparada pelo Egito exigia a Israel a cessação de sua política de assentamentos nos territórios palestinos, incluído Jerusalém Oriental, e insistia que a solução ao conflito do Oriente Médio passa pela criação de um Estado palestino.
O texto dizia que as colônias "constituem uma flagrante violação da lei internacional e um grande obstáculo para conseguir uma solução de dois Estados, assim como uma paz justa, duradoura e completa".