Apoiadores da Irmandade Muçulmana e do presidente deposto Mohamed Mursi participam de um protesto, no Cairo (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 15h54.
Cairo - O Governo egípcio congelou os fundos e os bens de 572 dirigentes da Irmandade Muçulmana e se encarregou da administração de 87 escolas que pertenciam ao grupo, informou nesta terça-feira um comunicado do Ministério de Justiça.
A nota diz que a educação nessas escolas continuará sem prejudicar os alunos, professores ou o processo educativo, e que o Ministério de Ensino se encarregará da gestão administrativa e financeira dessas instituições.
Estas decisões foram tomadas por uma comissão ministerial que se encarrega de repartir os bens da Irmandade Muçulmana, e que é integrada, entre outros, por representantes da Promotoria, do Ministério da Justiça e do Ministério de Solidariedade Social.
Na quarta-feira, o Ministério de Solidariedade Social informou também que congelou os fundos de 1.130 associações dependentes da confraria, que serão controladas pelo Governo.
Nesse mesmo dia, o Executivo declarou os Irmandade Muçulmana como 'grupo terrorista' e assinalou que, a partir de então, aplicaria as sanções estipuladas na lei antiterrorista aos que participem das atividades do grupo, as financiem ou façam propaganda a seu favor.
Milhares de simpatizantes da Irmandade Muçulmana foram detidos durante as manifestações que deixaram centenas de mortos desde julho, quando o então presidente islamita, Mohammed Mursi, foi destituído pelo Exército após grandes protestos que pediam a realização de eleições presidenciais antecipados.
Os principais líderes da confraria também se encontram detidos e estão sendo julgados por várias causas.
Na semana passada, o Ministério da Justiça estabeleceu seis novos tribunais no Cairo, especializados em terrorismo, para agilizar os processos.