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Edward Snowden, o novo whistleblower do governo Obama

O jovem de 29 anos é responsável por um dos maiores vazamentos de documentos sigilosos da história dos Estados Unidos

Edward Snowden durante entrevista para o The Guardian (The Guardian via Getty Images)

Edward Snowden durante entrevista para o The Guardian (The Guardian via Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2013 às 18h15.

Washington - A fonte que revelou o programa secreto de vigilância das comunicações de Washington é o jovem americano Edward Snowden, de 29 anos, assessor da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).

Ele disse ter agido em defesa do interesse público e pela proteção da vida privada dos cidadãos.

"Não quero viver em uma sociedade que faz esse tipo de coisa (...) em um mundo em que tudo que eu faço e digo fica registrado", explicou Snowden, em entrevista por vídeo concedida ao jornal britânico "The Guardian", divulgada neste domingo.

O responsável por um dos maiores vazamentos de documentos sigilosos da história dos Estados Unidos - junto com o soldado Bradley Manning, que está sendo julgado por entregar milhares de telegramas diplomáticos ("cables") ao site WikiLeaks - é um ex-funcionário da CIA.

Snowden disse ao "Guardian" que nunca quis manter o anonimato: "Estou consciente de que vou pagar um preço pelas minhas ações".

"Meu único objetivo é informar as pessoas sobre o que está sendo feito em seu nome e o que se faz contra", justificou, acrescentando que "a NSA mente sistematicamente para o Congresso a respeito da magnitude da vigilância que exerce nos Estados Unidos".

"Captamos mais comunicações eletrônicas nos Estados Unidos do que na Rússia. Vocês não imaginam tudo que se pode fazer. O alcance das suas capacidades é assustador", afirmou.

O jovem contou que decidiu revelar os programas de inteligência à imprensa depois de chegar à conclusão que eram "abusos" contra o público, cometidos em nome da segurança e após esperar que o presidente Barack Obama cumprisse sua promessa de aumentar a proteção dos cidadãos contra essas práticas.

"Mas o presidente continuou as políticas dos seus antecessores", lamentou Snowden.


Há três semanas, teve de deixar a mulher, com quem tinha "uma vida muito confortável" no Havaí, com salário de US$ 200 mil ao ano, e se mudou para Hong Kong antes da divulgação dos vazamentos, relatou ao jornal.

"Estou disposto a sacrificar tudo isso, porque não posso, na minha alma e na minha consciência, permitir que o governo dos Estados Unidos destrua a vida privada, a liberdade da Internet e as liberdades fundamentais de todo o mundo com esse enorme sistema de monitoramento que está sendo realizado secretamente", disse ele.

Nascido em Elizabeth City, na Carolina do Norte (leste), Snowden viveu com a família em Fort Meade, Maryland (nordeste), onde fica a base da NSA.

Na entrevista, admite ter sido um estudante bastante medíocre e revela que não concluiu seus estudos de Informática na Universidade de Maryland.

Em 2003, ele se alistou no Exército e começou o treinamento para se juntar às forças especiais, em nome dos mesmos princípios que hoje ele evoca para revelar os documentos secretos: "Queria combater no Iraque (...) para ajudar a libertar os iraquianos da opressão".

Depois de um acidente, no qual quebrou as duas pernas, ele abandonou o Exército e conseguiu seu primeiro emprego, como segurança, em um dos prédios secretos da NSA, no campus da Universidade de Maryland.

Depois, foi contratado pela CIA, para trabalhar na segurança dos sistemas de informática. Seu conhecimento de Internet e seu talento como programador fizeram sua carreira avançar rapidamente e foi enviado para Genebra.

Ele trabalhava para a NSA há quatro anos, como funcionário terceirizado para diversas empresas, como a Dell, ou Booz Allen Hamilton, seu último patrão.

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