Em carta publicada no jornal Västerbottens-Kuriren, Svallfor justifica a indicação afirmando que Snowden realizou um “esforço heroico” com “altos custos pessoais” para revelar a existência de amplos sistemas ilegais de vigilância eletrônica, organizados pelo governo americano (The Guardian via Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2013 às 16h04.
São Paulo - Edward Snowden não tem um passaporte válido ou mesmo um endereço fixo enquanto vive em uma sala no terminal F do aeroporto de Sheremetyeno, em Moscou, na Rússia. No entanto, Snowden pode ganhar um dos mais prestigiosos prêmios para uma pessoa pública, o Nobel da Paz.
O ex-técnico da CIA foi formalmente indicado, nesta segunda-feira (15), ao Nobel pelo professor sueco Stefan Svallfor à premiação, por sua “defesa dos direitos da pessoa humana”.
Em carta publicada no jornal Västerbottens-Kuriren, Svallfor justifica a indicação afirmando que Snowden realizou um “esforço heroico” com “altos custos pessoais” para revelar a existência de amplos sistemas ilegais de vigilância eletrônica, organizados pelo governo americano.
Na carta, Svallfors diz que o exemplo de Snowden é importante por sinalizar que pessoas envolvidas em atos ilegais contra os direitos humanos podem e devem denunciá-los. O professor sueco de sociologia cita o julgamento de soldados nazistas, em Nuremberg, na Alemanha, em 1945.
“Naquele episódio ficou claro que dizer ‘eu só estava cumprindo ordens’ não é uma desculpa válida para atos contrários aos direitos e às liberdades humanas”, escreveu Svallfors.
Uma eventual vitória de Snowden marcaria uma grande contradição em relação à decisão da própria organização do prêmio que, em 2009, concedeu a premiação a Barack Obama, justamente o principal algoz de Snowden neste momento.