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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - Em depoimento de quase duas horas prestado à Polícia Federal (PF), o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, afirmou que o vazamento de seus dados fiscais e bancários é de inteira responsabilidade do comitê da candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Segundo ele, ou o comitê produziu o dossiê com seus dados ou encomendou o vazamento. "Ou a operação foi gerada no comitê ou o comitê sabe de onde partiu", disse Eduardo Jorge, em entrevista à imprensa.
Os dados fiscais e bancários do tucano teriam chegado às mãos do grupo de inteligência da campanha de Dilma e o PSDB acredita que faziam parte de um dossiê destinado a atingir a candidatura de José Serra à Presidência. Eduardo Jorge afirmou que entregou à PF documentos que comprovam que houve vazamento não só dos dados fiscais, como afirma a Receita Federal, mas também de informações bancárias de sua conta no Banco do Brasil (BB). De acordo com ele, tudo constava no mesmo dossiê que teria sido produzido pelo comitê da petista.
Para Eduardo Jorge, os dois sigilos são independentes e a única dedução que se pode tirar é que havia uma investigação comandada pelo PT para a montagem do dossiê. Os documentos dele mostram também que a violação do seu sigilo inclui a declaração do Imposto de Renda de 2003 até 2009 e não apenas as dos últimos dois anos, como informa a corregedoria da Receita.
"O que a Receita diz é incompleto", acusou Eduardo Jorge. "Acho que a Receita está empurrando (a investigação) com a barriga", acrescentou o vice tucano, dizendo acreditar que isso vem sendo feito para não esclarecer as responsabilidades reais.
Confiança
Ele acha que o vazamento dos dados fiscais pode ter origem não apenas em quem fez o acesso imotivado dos dados no sistema da Receita. "Pode ter partido também de quem fez o acesso motivado", disse. O tucano afirmou ainda que não tem motivos para desconfiar da independência da PF como instituição, mas lembrou que esta é a segunda vez que o seu sigilo é quebrado, desde 2003, e ainda não foram apontados os responsáveis.
O depoimento de Eduardo Jorge foi tomado pelo delegado Hugo Uruguaio, que substituiu o delegado Flávio Cotta, que vinha comandando o inquérito e saiu por razões administrativas.
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