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Edmundo Gonzáles lamenta mortes em protestos contra Maduro e pede ‘respeito pela vontade do povo’

Candidato da oposição se pronunciou no X sobre a situação política do país

Edmundo González Urrutia, em evento em Caracas, no dia 11 de junho de 2024 (AFP)

Edmundo González Urrutia, em evento em Caracas, no dia 11 de junho de 2024 (AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 30 de julho de 2024 às 13h37.

Após a divulgação de novos relatos sobre mortos, feridos e desaparecidos em protestos realizados nesta segunda-feira contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o candidato da oposição Edmundo González Urrutia reconheceu que a indignação popular é “justificada”, mas lamentou as vítimas e pediu que as forças de segurança do país “respeitem a vontade do povo”. As manifestações tiveram início após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano confirmar a reeleição de Maduro em meio à polêmica sobre a contagem de votos.

“Minha solidariedade está com o povo diante de sua justificada indignação. Infelizmente, nas últimas horas tivemos relatos de mortos, dezenas de feridos e detidos. Instamos as forças de segurança a respeitar a vontade expressa em 28 de julho (dia da eleição) e a cessar a repressão das manifestações pacíficas. Nós, venezuelanos, queremos paz e respeito à vontade popular”, escreveu González no X.

Balanços apresentados por ONGs atuantes na Venezuela indicaram que ao menos quatro pessoas morreram nos protestos. Outras 44 ficaram feridas, 749 foram detidas e 25 estão desaparecidas.

Segundo a imprensa local, as forças de segurança venezuelanas dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, que questionavam a reeleição reivindicada por Maduro. Em algumas localidades, como em bairros de Caracas, foram ouvidos disparos com arma de fogo.

Equipes antimotim foram implantadas para conter os manifestantes que, em alguns lugares, destruíram cercas com propaganda de Maduro – e derrubaram pelo menos cinco estátuas de Hugo Chávez, ex-presidente socialista que liderou o país por mais de uma década (1999-2013) e escolheu Maduro como seu sucessor. No que parece ser uma nova onda de protestos contra o governo (a 4ª durante a administração de Maduro) novamente atuaram grupos de civis armados pertencentes às forças de choque aliadas ao chavismo com a anuência das forças de segurança.

Diante dos relatos de mortos, feridos, detidos e desaparecidos, nesta terça-feira o Itamaraty pediu que os brasileiros que estejam em Caracas se mantenham informados sobre a situação de segurança na região e evitem aglomerações.

Após horas de incerteza no domingo, o CNE, órgão alinhado com o governo chavista, anunciou a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos. Sem apresentar as atas das votações, o conselho eleitoral do país afirmou que, com 80% das urnas apuradas, o atual presidente venezuelano recebeu mais de 5,1 milhões de votos (cerca de 51,2%) contra 4,4 milhões (44,2%) obtidos pelo candidato opositor, o diplomata Edmundo González Urrutia.

O anúncio foi seguido pela contestação da oposição, que disse não ter tido acesso a 100% das atas de votação. A líder opositora, María Corina Machado – que chegou a vencer as primárias do país, mas foi inabilitada politicamente – disse ter cópias de 73% das atas de voto. Ela projetou a vitória de González com 6,27 milhões de votos (contra apenas 2,75 milhões de Maduro). María Corina declarou que nos próximos dias sua coalizão agirá para “defender a verdade”.

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