O presidente do Banco da Espanha, Miguel Ángel Fernández Ordóñez: o consumo das famílias continuou mostrando 'certa inércia' (Javier Soriano/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2011 às 19h15.
Madri - A economia espanhola ficou estagnada no terceiro semestre deste ano, ao não registrar nenhum crescimento entre julho e setembro, enquanto o crescimento anual se manteve em 0,7%, de acordo com o último boletim econômico do Banco da Espanha.
No trimestre anterior, o país tinha registrado um índice de 0,2% de crescimento. Segundo o banco, a estagnação é atribuída a uma queda mais intensa da demanda nacional, que retrocedeu 0,7%, causada pela contração do investimento em construção e pela intensa queda do gasto público.
O consumo das famílias continuou mostrando 'certa inércia', já que avançou apenas um décimo entre julho e setembro. Já o setor externo apresentou oito décimos de crescimento trimestral, dois décimos a mais que no período abril-junho, incentivado pelas exportações de bens e o turismo.
O emprego diminuiu mais que no período anterior, ao cair 1,8% em termos anuais. O crescimento da produtividade do trabalho continuou sendo alto, em torno de 2,5%. A perda de poder aquisitivo e a desfavorável evolução do mercado de trabalho explicam a fraqueza na despesa das famílias, que se soma a falta de crédito e a perda de valor da riqueza.
Entretanto, o banco destaca que em comparação com o ano anterior o consumo privado se recupera significativamente. A despesa das administrações públicas diminuiu substancialmente no terceiro trimestre, devido ao corte em empregos públicos e nas compras, seguindo os planos de austeridade orçamentária.
O investimento em bens de capital cresceu 0,6% no trimestre, mas o Banco da Espanha ressalta que a deterioração da confiança dos empresários e o uso pequeno da capacidade produtiva na indústria manufatureira poderiam gerar uma piora nos próximos trimestres.
A queda do investimento em construção se intensificou no terceiro trimestre pelo ajuste no mercado de habitação e pelos cortes nas obras públicas.
Frente ao retrocesso da atividade dentro do país, o setor externo cresceu pelo avanço das exportações e a diminuição, embora em menor medida, das importações. O banco destaca o dinamismo das exportações de bens de capital.
No entanto, as perspectivas para o fim do ano pioraram pela desaceleração da economia mundial, o que faz prever uma desaceleração das vendas ao exterior.