Mundo

Ebola se espalha pela Libéria e preocupação aumenta nos EUA

O vírus se espalhou para todas as províncias da Libéria, país de onde partiu homem que está em quarentena no Texas, a primeira contaminação fora da África


	Jovem com suspeita de ebola tem a temperatura medida em cidade de Serra Leoa
 (Carl de Souza/AFP)

Jovem com suspeita de ebola tem a temperatura medida em cidade de Serra Leoa (Carl de Souza/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 13h51.

Monróvia - O vírus ebola se espalhou para todas as províncias da Libéria, de acordo com o presidente do país, o mais afetado pela epidemia, de onde partiu um liberiano atualmente em quarentena no Texas, a primeira contaminação fora da África.

Nesta quinta-feira acontece, em Londres, uma conferência sobre a luta contra o ebola em Serra Leoa, um país do oeste africano vizinho da Libéria, onde cinco pessoas são infectadas a cada hora, de acordo com a ONG Save the Children.

A conferência, organizada pelo Reino Unido, já arrecadou 120 milhões de libras (150 milhões de euros) para a luta contra a doença.

No entanto, esta reunião é realizada sem a presença do presidente da Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, cujo avião não conseguiu decolar devido a problemas técnicos.

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, pediu ao chefe da nova Missão das Nações Unidas para a Luta contra o ebola (UNMEEER), Anthony Banbury, em visita ao país, apoio para conter a propagação em locais isolados no interior do país.

"Começamos a ver uma estabilização" da epidemia na Libéria, "uma desaceleração no número de pessoas que se apresentam nos centros médicos", afirmou na quarta-feira Ellen Johnson Sirleaf.

Na Libéria foram registradas 1.998 mortes de 3.696 casos de febre hemorrágica, de acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os outros dois países do oeste africano mais atingidos pela pior epidemia de ebola da história são Guiné (710 mortes em 1.157 casos) e Serra Leoa (622 mortes em 2.304 casos).

O recente otimismo de Sirleaf não é compartilhado pela OMS, que advertiu esta semana que a epidemia havia apresentado um crescimento "explosivo" e poderia contaminar 20 mil pessoas até novembro na África Ocidental.

Os sistemas de saúde dos três países estão completamente saturados pela magnitude da pandemia, e embora a ajuda começa a chegar, a comunidade internacional demorou a reagir.

Nos Estados Unidos, a preocupação aumenta com a possibilidade de transmissão deste vírus mortal após o diagnóstico tardio do primeiro caso fora da África, de um liberiano que chegou em 20 de setembro sem nenhum sintoma, mas que foi diagnosticado com ebola quatro dias depois.

O paciente procurou ajuda médica no dia 26, mas foi mandado para casa, tendo retornado ao Hospital Presbiteriano de Texas em 28 de setembro e sido colocado em quarentena.

Wall Street em estado de alerta

O período de incubação varia de 2 a 21 dias e uma pessoa que contraiu o vírus torna-se contagiante logo que os sintomas (dor de cabeça, febre ou vômitos) aparecem. O vírus não se transmite pelo ar, como a gripe, e só pode ser transmitido através do contato direto com fluidos contaminados, como sangue ou saliva.

O anúncio do primeiro caso de ebola nos Estados Unidos abalou as ações da American Airlines em Wall Street na quarta-feira.

As autoridades médicas não ratificaram qualquer tratamento para ebola, embora tratamentos experimentais têm sido testados, alguns dos quais, aparentemente, com sucesso. Mas vai demorar pelo menos vários meses antes de um tratamento ser aprovado e produzido em larga escala.

O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou na quarta-feira 155 milhões de dólares em ajuda para a Libéria, Guiné, Serra Leoa e Costa do Marfim (que não está afetado) para combater a epidemia.

Na Guiné, onde a epidemia foi declarada em dezembro, o presidente Alpha Condé indicou que "o primeiro antídoto é a informação."

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDoençasEbolaEpidemiasLibéria

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde