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Ebola pode chegar na Europa, dizem especialistas

Especialistas advertiram que se o surto do ebola não for contido na África central, o vírus pode chegar na Europa


	Médicos atendem paciente com Ebola: qualquer avião que chegar procedente da África central "pode produzir uma disseminação" do vírus, diz especialista
 (AFP)

Médicos atendem paciente com Ebola: qualquer avião que chegar procedente da África central "pode produzir uma disseminação" do vírus, diz especialista (AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h44.

Valência - Especialistas advertiram nesta quarta-feira que se ocorrerem as "circunstâncias adequadas" o vírus do ebola pode chegar na Europa, e consideraram que as organizações internacionais deveriam "fechar fronteiras" e conter o surto da doença na África central.

A advertência foi feira no Congresso da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, no qual 1.300 especialistas debatem sobre as últimas novidades experimentais e assistenciais contra doenças como gripe, HIV, sepse, tuberculose e hepatite C.

O presidente do Comitê Científico do Congresso, Joaquín Portillo, afirmou que qualquer avião que chegar a um aeroporto europeu procedente da África central "pode produzir uma disseminação" do vírus do ebola.

Segundo sua opinião, o atual surto deveria ser tratado e controlado nos países da África central, onde "aparecem de forma periódica" porque os graus de pobreza e a falta de salubridade pela falta de recursos econômicos e sanitários "é brutal".

"A sorte, entre aspas, é que o ebola mata de forma rápida e isto corta a disseminação", disse Portillo, para quem o atual surto está ativo há mais tempo e afeta vários países.

Por isso, segundo Portillo, "quem deveria focar os esforços na África central são a ONU e as agências internacionais".

"Não seria estranho que um avião procedente de Mali ou Guiné chegar no aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, com uma pessoa que está incubando o vírus", afirmou.

A presidente do comitê organizador do Congresso, Concepción Gimeno, argumentou que embora o vírus não seja transmitido no período de incubação, isto pode ocorrer na primeira fase, quando os sintomas se assemelham a um quadro gripal, e na segunda, quando o paciente sofre hemorragias por todos os orifícios.

"Nós podemos ver o vírus na Europa? Sim, podemos", afirmou Gimeno. Segundo a especialista, a África precisa estar "muito mais preparada e a Organização Mundial da Saúde (OMS) precisa ir e fechar fronteiras para que o surto não passe de um país para o outro".

O surto de ebola surgiu em Guiné, em março, e está afetando também a Libéria.

Até ontem, segundo a OMS, tinham sido detectados 157 casos em Guiné, com 101 mortos, dos quais 67 foram confirmados por testes de laboratório; e na Libéria fora detectados 21 casos, com 10 mortes, cinco delas confirmadas em laboratório.

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