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Ebola evidencia necessidade de se investir em saúde na AL

Para o especialista da OPS, o Brasil, ao lado da Argentina, são os países latino-americanos que têm um nível avançado de planejamento para o ebola

Funcionário da Médicos sem Fronteiras usa a roupa de proteção contra o Ebola, em uma unidade da ONG instalada na Libéria (Pascal Guyot/AFP)

Funcionário da Médicos sem Fronteiras usa a roupa de proteção contra o Ebola, em uma unidade da ONG instalada na Libéria (Pascal Guyot/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 16h37.

Washington - A emergência do ebola é uma oportunidade para que os países da América Latina aumentem os investimentos em saúde em uma região desigual e com falhas sanitárias, disse nesta quarta-feira Marcos Espinal, especialista da Organização Pan-americana da Saúde (OPS).

"É um apelo aos políticos e líderes dos nossos países. Há uma necessidade imperativa de ir além do ebola e fortalecer os sistemas de saúde", disse Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da OPS.

Para o especialista, o Brasil, ao lado da Argentina, são os países latino-americanos que têm um nível avançado de planejamento para o ebola.

"A recomendação é que se invista mais" em saúde, assim como em instalações para isolar possíveis casos infecciosos nos portos e nos aeroportos, afirmou.

Segundo o Banco Mundial, nas Américas, os Estados Unidos contavam, em 2012, com um orçamento sanitário equivalente a 17,9% de seu PIB. Entre os latino-americanos, a Costa Rica destinou 10,1%; o Brasil, 9,3%; o Uruguai, 8,9%, enquanto a Venezuela aportou 4,6%.

Mas em outros países mais pobres, o orçamento é de cerca de 1%, disse Espinal, destacando que diante do ebola na América Latina existe "um arco-íris" com diferentes níveis de preparo para atender a um possível caso do vírus.

A febre hemorrágica altamente contagiosa matou mais de 5.000 pessoas, sobretudo no oeste da África, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado nesta quarta-feira.

O liberiano Thomas Eric Duncan, falecido em 8 de outubro no hospital em Dallas, Texas (sul dos Estados Unidos), é a única vítima fatal do vírus na América.

Para Espinal, o risco de que a doença chegue à América Latina é "baixo, mas real", advertindo que em um mundo globalizado, algum infectado pode passar férias em alguma praia da região.

Os países responderam "extraordinariamente bem", enviando recursos para antecipar a epidemia e seguindo as recomendações do Regulamento Internacional da OMS.

No momento, a região enfrenta outra epidemia mais contagiosa, porém muito menos letal: 700.000 casos de febre chicungunya, um vírus transmitido pelo mosquito da dengue.

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