Os presidentes americano, Barack Obama, e francês, François Hollande; a chanceler alemã, Angela Merkel; e os premiês britânico, David Cameron, e italiano, Matteo Renzi, avaliaram nesta quarta-feira a epidemia de ebola como "a mais grave urgência sanitária dos últimos anos", revelou um porta-voz do governo britânico.
"Os dirigentes concordaram que esta é a mais grave urgência sanitária dos últimos anos e que a comunidade internacional deveria fazer muito mais e com maior rapidez para conter a progressão da doença", indicou em um comunicado um porta-voz do premiê britânico, ao final de uma videoconferência de 75 minutos entre os líderes.
"Cada líder informou o que está fazendo para ajudar os países afetados e, a seguir, as discussões se concentraram em como melhorar a coordenação dos esforços internacionais", prosseguiu.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu aos governantes europeus um esforço "maior" na luta contra a epidemia.
"O presidente pediu a esses líderes que façam um esforço maior", declarou John Earnest, porta-voz da Casa Branca.
Obama também conversou na noite de terça com o premiê japonês, Shinzo Abe, sobre a crise de saúde, e agradeceu pelas "importantes contribuições" de Tóquio.
Na véspera, o presidente americano já tinha manifestado sua frustração com o ritmo da luta internacional contra o ebola.
"O mundo como um todo não está fazendo o suficiente. Há países que têm a capacidade e que não agiram ainda", disse o presidente americano na terça. "Todos nós precisamos fazer mais", reiterou.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, propôs que os planos para conter a doença sejam definidos na semana que vem, durante uma cúpula em Milão que reunirá na sexta-feira líderes europeus e asiáticos.
Cameron afirmou ainda que serão bem-vindos quaisquer outros países que queiram contribuir com os esforços britânicos para combater a doença em Serra Leoa e que discutirá a cooperação com a Itália.
Os governantes identificaram prioridades para melhorar a coordenação internacional, ampliar os gastos e treinar as equipes de saúde que atuam na região afetada, assim como os procedimentos para cuidar de profissionais infectados com ebola.
A reunião aconteceu depois de a segunda contaminação pelo vírus ebola nos Estados Unidos - de uma auxiliar de enfermagem no Texas - ter sido considerada "muito preocupante" pelas autoridades de saúde americanas.
As Nações Unidas também alertaram que o avanço do ebola está superando os esforços para combater a doença e destacaram que o mundo deveria expandir dramaticamente o combate a essa febre hemorrágica.
O ebola já matou, desde o início do ano, 4.493 pessoas de um total de 8.997 casos registrados em sete países (Libéria, Serra Leoa, Guiné, Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos), segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta quarta-feira, com base em dados coletados até 12 de outubro.
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1. O que é ebola?
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1/13 (Tommy Trenchard/Reuters)
São Paulo -
Ebola é uma
doença viral aguda que causa febre hemorrágica. É causada por três das cinco espécies dentro do gênero. Duas espécies são capazes de infectar seres humanos, mas não parecem causar a doença. Os outros três podem causar graus variáveis de doença. O vírus Ebola Zaire é a estirpe mais mortal, e tem sido identificada como a causa do surto atual. Em epidemias anteriores, esta estirpe teve uma taxa de mortalidade de 90%.
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2. A origem
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2/13 (Frederick Murphy/CDC/Handout via Reuters)
A origem do vírus é incerta. Mas alguns especialistas acreditam que os morcegos podem abrigar o vírus em seu trato intestinal. Os primeiros seres humanos infectados e que espalharam a doença provavelmente caçaram e comeram um animal infectado.
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3. A epidemia atual
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3/13 (Tommy Trenchard/Reuters)
Este já é considerado o maior surto desde que o vírus ebola foi descoberto há quase 40 anos. O surto foi declarado em março, na Guiné. Desde então, a doença se espalhou para a Libéria, Serra Leoa e Nigéria e matou 60% dos infectados. São 1323 pessoas infectadas e 887 mortes, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 60 mortes foram de trabalhadores de saúde que procuravam controlar a doença.
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4. Os sintomas
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4/13 (AFP)
Após o contágio, o paciente pode demorar até 21 dias antes de manifestar a doença. Os sinais são semelhantes aos da gripe, incluindo dores abdominais, febre, vômitos e diarreia. O quadro se agrava com a desidratação, insuficiência do fígado e dos rins, e hemorragia.
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5. Transmissão
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5/13 (Ahmed Jallanzo/Agência Lusa/Agência Brasil)
O vírus é transmitido diretamente pelo contato direto com sangue ou fluidos corporais dos infectados, inclusive dos mortos. O contágio é maior quando os pacientes já estão em estágios terminais, com hemorragia interna e externa, vômitos e diarreia, que contêm altas concentrações do vírus.
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6. O tratamento
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6/13 (Cellou Binani/AFP)
Não há um remédio específico para a doença. Os sintomas costumam ser tratados separadamente. Por exemplo, o soro intravenoso pode evitar a desidratação, enquanto um antitérmico diminui a febre. Já os analgésicos podem diminuir as dores. Aqueles que têm a doença identificada e recebem tratamento mais cedo têm mais chances de sobreviver à infecção. Infelizmente, como os sintomas são genéricos e parecidos com de outras doenças, o diagnóstico pode demorar.
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7. Como se proteger
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7/13 (AFP)
A melhor forma de se proteger da doença é evitar os locais onde há surto de ebola. Entre as recomendações do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para quem tiver de viajar para estes países estão, por exemplo, seguir recomendações que serão dadas pelas autoridades sanitárias locais. Chioro aconselha os viajantes a não entrar em contato com secreções, vômitos e sangue das pessoas que são vítimas das doenças, que devem estar em isolamento e tratamento médico.
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8. Epidemia global
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8/13 (Tommy Trenchard / Reuters)
O risco de o vírus ser disseminado da África para a Europa, Ásia ou para as Américas é extremamente baixo, de acordo com especialistas em doenças infecciosas. O professor belga Peter Piot, um dos descobridores do vírus ebola, descartou uma epidemia fora do continente africano, em entrevista à AFP. Mesmo que um portador do ebola viaje até Europa, Estados Unidos ou outra região da África, o cientista não acredita que isto possa causar uma epidemia importante, pois a infecção requer um contato muito próximo. Mas Piot pediu que as vacinas e os tratamentos, promissores nos animais, sejam testados em humanos.
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9. Vacina experimental
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9/13 (sxc.hu)
Pesquisadores americanos planejam testar, em breve, uma vacina experimental contra o ebola. Se bem sucedida, poderá imunizar até 2015 trabalhadores de saúde, que estão na linha de fogo da epidemia. No próximo mês, os Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos começarão os testes em humanos da vacina, que já é promissora nas experiências em macacos.
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10. Fronteiras fechadas
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10/13 (Gary Cameron/Reuters)
Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram na sexta-feira (2) que vão colocar em quarentena a região fronteiriça comum, onde surgiu o último surto do vírus ebola. O anúncio foi feito durante uma reunião de emergência para discutir a epidemia e depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertar que o ebola pode provocar uma perda catastrófica de vidas e prejuízos econômicos, caso a epidemia não seja controlada.
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11. Não há mercado para a vacina
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11/13 (AFP)
Segundo a AFP, até agora não se conseguiu convencer as companhias farmacêuticas a investir em uma vacina contra o ebola. Andrea Marzi e Heinz Feldmann, do instituto de virologia NIAID, disseram em artigo publicado em abril que, com surtos esporádicos que costumam afetar um pequeno número de pessoas na África, não existe um mercado comercial para uma vacina contra a doença.
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12. Medicação
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12/13 (Samaritans Purse/Divulgação via Reuters)
Herve Raoul, especialista em patógenos e pesquisador do Instituto Médico Francês de Saúde, disse à AFP que o ideal é desenvolver um antiviral que ajude os doentes a superar a fase mais aguda da doença. No entanto, essa medicação não existe hoje. Atualmente, os especialistas só podem aconselhar medidas preventivas, como isolar os infectados, tomar precauções para evitar o contato com fluidos corporais e enterrar os mortos com rapidez.
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13. Agora veja 10 países onde respirar faz mal à saúde
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13/13 (Reuters)