Equipe médica trabalha com Médicos Sem Fronteiras para tratamento do ebola em Serra Leoa (REUTERS/Tommy Trenchard)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2014 às 16h44.
A crise do Ebola produz os mesmos efeitos que um embargo econômico sobre os países afetados pela epidemia, ao isolá-los do resto do mundo e asfixiar a atividade econômica, lamentou neste sábado o ministro das Finanças de Serra Leoa, Kaifala Marah.
"Por ação ou omissão, realmente é um embargo econômico. Gostando ou não, é a realidade", disse Marah em Washington em meio às reuniões de outono do FMI e do Banco Mundial.
Segundo o ministro, a epidemia, que deixou mais de 4.000 mortos na África Ocidental, afeta vários setores da economia, como construção e mineração, e o transporte aéreo vai se estancar e estrangular toda a subregião.
"Todos estão fugindo do Ebola", acrescentou.
Segundo o Banco Mundial, a epidemia pode custar mais de 32 bilhões de dólares na África Ocidental até 2015.
"As receitas caíram dramaticamente e (...) os gastos seguem crescendo em espiral porque nosso orçamento não previa poder responder ao Ebola", disse Marah, cujo país é, junto com Guiné e Libéria, um dos mais atingidos pela crise.
Serra Leoa, que está saindo de vários anos de guerra civil, previa até agora um crescimento de 11,3% neste ano, mas precisou revisar consideravelmente em baixa suas expectativas, explicou o ministro.
"Todos os avanços que fizemos se perderam", acrescentou, lamentando a lenta e tardia resposta da comunidade internacional.