Angela Eagle: Corbyn já deixou claro que está disposto a concorrer outra vez na eleição e espera ganhar (Neil Hall / Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2016 às 10h36.
Londres - A deputada trabalhista britânica Angela Eagle apresentou nesta segunda-feira formalmente sua candidatura para desafiar a liderança de Jeremy Corbyn, perante a recusa do político a renunciar, como exige seu grupo parlamentar.
Eagle revelou sua candidatura após contar com o apoio de 51 parlamentares do Partido Trabalhista, forçando uma escolha interna no principal grupo da oposição.
O Comitê Nacional Executivo trabalhista (NEC, sigla em inglês) terá que decidir amanhã se Corbyn poderá ser automaticamente candidato nesta eleição ou se, da mesma forma que Eagle, necessitará do respaldo de 51 parlamentares para concorrer.
Ao comunicar sua decisão em Londres, Eagle disse que Corbyn não apresenta a liderança necessária para ganhar as próximas eleições gerais em 2020 e admitiu que sua formação vive momentos difíceis.
A deputada acrescentou que o país enfrenta uma situação difícil, pelo impacto do "Brexit" e por uma economia prejudicada pelo governo conservador, por isso que considerou necessário ter um trabalhismo "forte".
Ao mesmo tempo, Eagle deixou claro que não pertence à ala do ex-primeiro-ministro Tony Blair e nem do sucessor deste, Gordon Brown, mas é uma "mulher trabalhista forte", defensora da igualdade, da justiça social e da mobilidade social.
Corbyn já deixou claro que está disposto a concorrer outra vez na eleição e espera ganhar.
O político foi eleito líder trabalhista em setembro do ano passado após obter um forte apoio dos membros da formação, mas 80% de seu grupo parlamentar pede sua renúncia pelo morno apoio à permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) durante a campanha para o referendo de 23 de junho.
No entanto, o político esquerdista, que disse ter votado a favor da permanência apesar de seu passado eurocético, se nega a apresentar a renúncia.
Corbyn foi eleito depois que Ed Miliband apresentou no ano passado sua renúncia pela derrota dos trabalhistas nas eleições gerais britânicas de maio de 2015.