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"É preciso servir aos frágeis", diz papa Francisco

No último dia do ano, o papa pediu que os mais desfavorecidos e que 'sirvam aos frágeis' ao invés de 'se servir' deles.


	Papa Francisco: "Quando uma sociedade ignora os pobres, persegue-os e os criminaliza, lhes obriga a se unir à máfia", disse o líder católico
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Papa Francisco: "Quando uma sociedade ignora os pobres, persegue-os e os criminaliza, lhes obriga a se unir à máfia", disse o líder católico (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 16h12.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco pediu nesta quarta-feira, o último dia do ano, que as pessoas situem "no centro de nossas preocupações" os mais desfavorecidos e que "sirvam aos frágeis" ao invés de "se servir" deles.

"É necessário um grande ato de liberdade cristã para ter a coragem de pedir, em nossa cidade, que os pobres seja defendidos e que as pessoas não se defendam dos pobres. É preciso servir aos frágeis e não se servir dos frágeis", defendeu o papa durante sua homilia na Basílica de São Pedro.

O pontífice presidiu nesta quarta-feira a solene cerimônia do Te Deum como é habitual no dia 31 de dezembro, uma tradição que foi iniciada com o papa Paulo VI em seu "Marialis Cultus".

Em qualidade de bispo de Roma, Francisco falou do escândalo de corrupção revelado recentemente no seio do consistório capitolino.

"Os graves fatos de corrupção, revelados recentemente, requerem uma séria e consciente conversão nos corações para um renascimento espiritual e moral e para um renovado compromisso que construa uma cidade mais justa e solidária", disse.

"Quando uma sociedade ignora os pobres, persegue-os e os criminaliza, lhes obriga a se unir à máfia. Essa sociedade se empobrece até a miséria".

Na primeira parte de sua alocução, Francisco fez uma retrospectiva de 2014 já que, segundo defendeu, a Igreja Católica ensina que, com o término do ano, é preciso realizar "um exame de consciência".

"Como é nosso modo de viver? Vivemos como filhos ou como escravos? Vivemos como pessoas batizadas em Cristo, livres? Ou vivemos segundo a lógica mundana, corrupta, fazendo o que o diabo nos faz acreditar que é de nosso interesse?, questionou com semblante sério.

"Existe sempre em nosso caminho existencial uma tendência a resistir à libertação. Temos medo da liberdade e, paradoxalmente, preferimos mais ou menos conscientemente a escravidão".

O papa criticou o que qualificou de "reino do momento", no qual, segundo ele, "nos sentimos mais seguros" porque "nos faz viver momentos desvinculados de nosso passado e nosso futuro".

"A escravidão nos faz acreditar que não podemos sonhar, voar, esperar com fé", criticou.

Uma vez finalizada a cerimônia, Francisco, de 78 anos, abandonou a basílica enquanto soava o tema natalino "Adeste Fideles".

No ato seguinte, Francisco foi à Praça de São Pedro, já fantasiado com um longo abrigo de pano branco, e se aproximou das centenas de fiéis que o observavam após as barreiras de segurança e que reivindicavam a gritos, muitos deles em espanhol, para cumprimentá-lo.

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