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"É bom ver a luz após dias", diz resgatada em Bangladesh

Reshma foi localizada hoje entre os escombros do edifício de nove andares que ruiu há mais de duas semanas


	Mulher é resgatada de escombros de desabamento de edifício em Bangladesh após 16 dias: o resgate da jovem é um milagre, pois as autoridades haviam perdido a esperança de encontrar sobreviventes cinco dias depois do acidente.
 (REUTERS/Sohel Ahmed)

Mulher é resgatada de escombros de desabamento de edifício em Bangladesh após 16 dias: o resgate da jovem é um milagre, pois as autoridades haviam perdido a esperança de encontrar sobreviventes cinco dias depois do acidente. (REUTERS/Sohel Ahmed)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 14h48.

Nova Délhi - A jovem resgatada nesta sexta-feira dos escombros do complexo têxtil que desabou em 24 de abril perto de Daca, capital de Bangladesh, tragédia que já deixou mais de 1 mil mortos, afirmou sentir-se feliz por voltar a "ver a luz", informou a imprensa local.

"É bom ver a luz após tantos dias", disse Reshma, de 19 anos, no hospital militar ao qual foi levada, onde os médicos declararam que não há risco de morte, segundo os jornais bengaleses "The Daily Star" e "Bdnews24".

Reshma foi localizada hoje entre os escombros do edifício de nove andares que ruiu há mais de duas semanas, e os operários, que estavam utilizando maquinaria pesada, interromperam seus trabalhos para resgatá-la, o que conseguiram fazer aproximadamente uma hora depois.

"Antes de quebrar um grande bloco de concreto, gritamos para ver se havia alguém com vida, e então ouvimos que alguém gritou", disse um membro dos serviços de resgate ao jornal "The Daily Star".

Ao narrar sua história de sobrevivência, Reshma explicou que trabalhava no segundo andar do edifício e que depois do desabamento se arrastou "através de um corredor estreito, com a ajuda de um pau com que ia retirando resíduos, até um lugar seguro".

Desse local "gritava pedindo ajuda, mas ninguém me ouvia", relatou a jovem, que revelou ter sobrevivido graças aos restos de comida que encontrou e que soube administrar durante as primeiras duas semanas, embora desde então "morresse de fome".

Quando os serviços de resgate a encontraram, Reshma bebeu água e ingeriu algumas bolachas antes de ser levada ao hospital, segundo explicou a imprensa local.


O resgate da jovem é quase um milagre, pois as autoridades haviam perdido a esperança de encontrar sobreviventes cinco dias depois do acidente, que ocorreu no subúrbio industrial de Savar, junto à capital de Bangladesh.

Na última vez em que os bombeiros haviam encontrado alguém com vida, na noite de 28 de abril, a história não teve final feliz. Uma mulher presa pela cintura não pôde ser resgatada por causa de um incêndio que também provocou a morte de um dos bombeiros que tentavam ajudá-la.

Segundo o último boletim divulgado hoje pelo Exército, 1.042 pessoas já faleceram na pior tragédia industrial da história do país asiático. Com o resgate de Reshma, o número de feridos subiu para 2.438, muitos deles ainda hospitalizados.

A tragédia de Savar evidenciou as más condições trabalhistas e de segurança que afligem os funcionários de fábricas têxteis em Bangladesh, que abastecem grandes multinacionais ocidentais.

Nos últimos seis meses houve quatro graves acidentes - três incêndios e um desabamento - em fábricas do ramo têxtil em Bangladesh, sendo o último deles um incêndio em um bairro de Daca que deixou sete pessoas mortas, ontem. 

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