Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, irritou os diversos grupos cristãos e a poderosa Igreja Católica do país (Dondi Tawatao/Reuters)
EFE
Publicado em 29 de junho de 2018 às 08h52.
Última atualização em 29 de junho de 2018 às 08h53.
Manila - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, irritou os diversos grupos cristãos e a poderosa Igreja Católica do país devido a polêmicas declarações nas quais se referiu a Deus como um "estúpido".
"Recentes afirmações sobre a fé em Deus e as doutrinas da Bíblia provocaram confusão, tristeza e irritação entre nossos fiéis", afirmou nesta sexta-feira o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas, Romulo Valles, em comunicado.
O também arcebispo de Davao se refere, embora não as cite expressamente, às declarações de semana passada de Duterte nas quais disse que o conceito católico do "pecado original" não fazia sentido e por isso chamou Deus de "estúpido".
"Não me desculparei por isso nem em um milhão de anos", afirmou ontem à noite em Bohol o presidente filipino, defendendo que "seu Deus é diferente".
Em relação à chuva de reações provocadas pelas controversas palavras de Duterte, Valles pediu hoje aos católicos das Filipinas - em torno de 86% da população do país - para "amar e proteger sua fé e refletir sobre as suas crenças de longo tempo".
"Não se esqueçam de que vocês experimentam a maravilhosa, valiosa e poderosa fé, que marca nossa relação com Deus, a Virgem e a Igreja", afirmou o presidente da Conferência de Bispos.
"Deixem que a paz governe em nossos corações apesar de tudo. Se tivermos isto em nossos corações, amaremos e respeitaremos os demais", disse o arcebispo de Davao na sua mensagem, que tem um tom mais conciliador que o de outros bispos.
Esta mesma semana, o bispo católico Arturo Bastes qualificou o presidente de "louco" e pediu os filipinos para orar pelo fim das "expressões blasfemas e tendências ditatoriais" de Duterte.
Não é a primeira vez que Duterte ataque a Igreja Católica e inclusive xingou os bispos com palavras de baixo calão no começo do ano passado por criticar a violência criada por sua campanha antidrogas.