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Duterte chama comissário de direitos humanos da ONU de "filho da p..."

O presidente das Filipinas xingou Zeid Ra'ad al Hussein um mês depois que este sugeriu uma "avaliação psiquiátrica" do líder

Duterte: levando as mãos aos cabelos, o líder disse que o diplomata jordaniano "tem uma grande cabeça, mas está vazia" (Ezra Acayan/Reuters)

Duterte: levando as mãos aos cabelos, o líder disse que o diplomata jordaniano "tem uma grande cabeça, mas está vazia" (Ezra Acayan/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de abril de 2018 às 09h11.

Última atualização em 4 de abril de 2018 às 09h17.

Manila - O presidente da Filipinas, Rodrigo Duterte, chamou de "cabeça oca" e "filho da p..." o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, um mês depois que este sugeriu uma "avaliação psiquiátrica" do líder filipino.

"Comissário, filho da p..., necessito ir ao psiquiatra? O psiquiatra me disse: o senhor está bem, só é arrogante e desbocado. Mas a quem te criticou, diga que penso que tem a cabeça oca", disse Duterte, entre risos e aplausos do público, em discurso na noite de terça-feira em Mindoro Oriental.

Levando as mãos aos cabelos, Duterte disse que o diplomata jordaniano "tem uma grande cabeça, mas está vazia. Não há massa cinzenta entre as suas orelhas. Nem sequer pode manter os nutrientes para que cresça o cabelo, por isso está ficando calvo", segundo a transcrição do discurso publicada pelo Escritório Presidencial.

O antagonismo entre ambas autoridades tem sua origem nas denúncias da ONU sobre supostas execuções extrajudiciais durante a "guerra antidrogas", uma campanha governamental que registrou mais de 7 mil mortes desde que Duterte chegou ao poder em junho de 2016.

O presidente ameaçou em novembro "esbofetear" Agnes Callamard, relatora especial das Nações Unidas sobre execuções extrajudiciais, por ter criticado a campanha antidrogas durante uma visita não oficial à Filipinas.

No começo de março, Zeid Ra'ad al Hussein qualificou o comentário de Duterte como "inaceitável" e afirmou que o chefe de Estado "necessita de uma avaliação psiquiátrica".

Tais declarações, consideradas incomuns para um representante da ONU, geraram protestos do Governo das Filipinas, que as qualificou de "irresponsáveis" e "desrespeitosas" e garantiu que insultar o líder de um Estado-membro marca um perigoso precedente nas Nações Unidas.

Duterte confessou em seu discurso de ontem à noite que em seu entorno próximo o aconselharam a não responder ao jordaniano e por isso não tinha feito até agora, mas ao final decidiu que era melhor se "vingar".

Famoso pela sua retórica agressiva, o líder de 73 anos foi foco de atenção em várias ocasiões por dedicar o qualificativo "putang ina" ("filho da p..." em filipino) a Barack Obama, ao papa, representantes da UE e outras autoridades mundiais.

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