Mundo

Negociadores abandonam debate sobre economia verde

Os debates foram reabertos nesta manhã, mas a maior parte das divergências ainda não foi resolvida

Para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, a expressão "economia verde" tem diferentes compreensões (AFP)

Para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, a expressão "economia verde" tem diferentes compreensões (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2012 às 12h16.

Rio de Janeiro – As definições detalhadas e as minúcias que cercam os temas-chave da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, levaram os negociadores brasileiros e estrangeiros a passarem a noite de ontem e a madrugada de hoje (15) em reuniões. Os debates foram reabertos nesta manhã. A maior parte das divergências, entretanto, não foi dirimida. A expectativa para hoje é que mais um dia longo de debates e discussões se estenda.

Os negociadores dos países que formam o G77 (grupo formado por países em desenvolvimento) anunciaram durante as reuniões da madrugada o abandono das discussões sobre o significado e a representação de economia verde. Para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, a expressão tem diferentes compreensões.

Segundo negociadores, o temor do Brasil, por exemplo, é que a economia verde leve à imposição de barreiras tarifárias que possam impedir a comercialização de produtos essenciais na balança comercial brasileira. No passado, a venda de atum brasileiro foi prejudicada devido às barreiras alfandegárias.

Há, ainda, dificuldades impostas pelas diferentes interpretações sobre transferência e parceria em tecnologias, padrão de produção e insumos. Paralelamente, existem pendências envolvendo principalmente as definições sobre metas para curto e médio prazo, assim como recursos para a execução das propostas.

Também falta consenso em relação às propostas relativas à transferência de tecnologias limpas, capacitação de profissionais para a execução de programas relacionados ao desenvolvimento sustentável, além da possibilidade de fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), tornando-o autônomo e com mais recursos, e a criação de um fundo – para o desenvolvimento sustentável.

A proposta do fundo, defendida pelo Brasil, determina o compromisso formal de todos os países em adotar o incentivo ao desenvolvimento sustentável como meta. A ideia é que todos colaborem com recursos para obtenção de US$ 30 bilhões a partir de 2013 até chegar a US$ 100 bilhões, em 2018. Mas o Canadá, os Estados Unidos e os europeus se opõem à ideia.

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteRio+20Sustentabilidade

Mais de Mundo

Três ministros renunciam ao governo de Netanyahu em protesto a acordo de cessar-fogo em Gaza

Itamaraty alerta para a possibilidade de deportação em massa às vésperas da posse de Trump

Invasão de apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial deixa tribunal destruído em Seul

Trump terá desafios para cortar gastos mesmo com maioria no Congresso