O presidente do BCE indicou que as mudanças de governo já ocorridas e que devem ocorrer em breve 'ainda não terão efeito na fragilidade dos mercados financeiros' (Daniel Roland/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 10h58.
Bruxelas - O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, deixou claro nesta quinta-feira que a instituição não vai atuar como bote salva-vidas da crise da eurozona e não vai modificar seu papel além do que consta no tratado.
'O Banco Central Europeu (BCE) atua estritamente no que atribui ao órgão o tratado. Seria um erro, pra começar seria ilegal, além de não ser bom para a credibilidade do banco, que agora é a identidade da eurozona', afirmou Draghi em seu primeiro debate diante da Eurocâmara.
Draghi alertou que o problema real dos bancos não é tanto de liquidez, mas 'a falta de crédito circulando no sistema bancário'. Por isso, o BCE quer reparar os canais de distribuição do crédito, necessário principalmente para as pequenas e médias empresas, porque as grandes podem acessar crédito por conta própria os mercados e dependem menos dos bancos, assinalou.
Ele reconheceu que 'o aumento do risco subiu' na expectativa do mercado de possível redução do juro que pode ser anunciada na reunião do BCE da próxima semana.
Em meados do mês, entra em vigor o novo pacote de governança econômica que inclui sanções aos países que descumprem os objetivos de déficit (3%) e de dívida (60%) fixados no Pacto de Estabilidade e Crescimento e aos que registrem graves desequilíbrios macroeconômicos, como o desemprego elevado.
O presidente do BCE indicou que as mudanças de Governo já ocorridas e que ocorrerão em breve (Itália, Grécia e Espanha) 'ainda não terão efeito na fragilidade dos mercados financeiros'.
Sobre a cúpula de 9 de dezembro, na qual serão apresentadas propostas para conseguir um novo pacto fiscal e endurecer o controle sobre os orçamentos nacionais, inclusive mediante mudanças nos tratados, Draghi alertou que os próximos dias 'serão cruciais para ver se avançamos neste caminho'.