Donald Trump: virtual candidato republicano não esconde desprezo que sente pelo futebol (Tom Pennington/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 07h56.
Orlando, Estados Unidos - Os Estados Unidos ganharam um inimigo de peso nos planos para sediar a Copa do Mundo de 2026. Dentro da própria casa. É Donald Trump, virtual candidato republicano à presidência do país.
O bilionário não gosta de futebol e o futebol não gosta dele. O mau relacionamento é declarado e, se Trump vier a ser eleito em novembro, os norte-americanos podem dar adeus às chances de receber o Mundial pela segunda vez na história.
O alerta partiu do próprio presidente da Federação de Futebol dos Estados Unidos (USSoccer), Sunil Gulati. Ele lembrou que para realizar uma Copa não basta ter dinheiro, estádios modernos, infraestrutura e perspectiva de ótimo publico durante os jogos.
É preciso também ter a bênção do governante de plantão, o que com quase com toda certeza não irá acontecer se, no momento da escolha da sede - provavelmente no ano que vem -, Trump estiver morando na Casa Branca.
"Ser bem-sucedido em uma disputa de Mundial passa pela visão do mundo sobre os nossos líderes. Acho que a percepção do mundo sobre os EUA se vê afetada por quem estiver na Casa Branca, tem relação", disse Gulati ao jornal norte-americano USA Today, lembrando que o sonhos de Los Angeles em realizar os Jogos Olímpicos em 2024 pode virar pesadelo na hipótese o republicano ser eleito.
Trump não nega que detesta futebol, que considera um esporte antiamericano. Mais: um esporte de terceira linha, pois é o preferido dos latinos, um de seus maiores alvos na campanha presidencial.
O magnata chegou inclusive a falar em construir um muro separando Estados Unidos e México. Gulati deixou no ar até a possibilidade de os Estados Unidos não apresentarem candidatura. "Vamos concorrer se acharmos que podemos ser bem-sucedidos".
Um recuo seria uma derrota e tanto para ele e para um grupo considerado de empresários que planejam trazer a Copa de 2026 para os Estados Unidos - que deixando a questão política de lado são considerados quase favoritos absolutos para sediá-la.
A insistência na realização da Copa América Centenário, mesmo depois de ter vindo à tona o escândalo de corrupção envolvendo a cartolagem que passou pela venda dos direitos de transmissão e de marketing da competição, faz parte da estratégia.