David Petraeus: na equipe de transição, Petraeus e Romney têm o apoio de republicanos que procuram um candidato que possa unificar o partido (Lucas Jackson/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de novembro de 2016 às 18h37.
Nova York/Washington - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou nesta segunda-feira a sua busca por um novo secretário de Estado, com o foco no ex-chefe da CIA David Petraeus, que é candidato apesar de ter admitido haver compartilhado informação confidencial com a amante.
O republicano se reuniu com Petraeus, um general aposentado, na Trump Tower em Manhattan numa nova rodada de entrevistas.
Petraeus, que já foi o principal comandante militar dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, foi sentenciado a dois anos de liberdade condicional e multado em 100 mil dólares no ano passado pela remoção e retenção não autorizadas de informação confidencial.
Ele admitiu compartilhar informação confidencial com a sua biógrafa, com quem ele estava tendo um romance. O escândalo levou Petraeus a se demitir da CIA em 2012.
Ele também tem sido citado como um possível secretário de Defesa. Trump, que assume o poder em 20 de janeiro, também conversa com Mitt Romney na terça-feira, no seu segundo encontro com o candidato presidencial republicano de 2012.
O senador Bob Corker, do Tennessee, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, e o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani também estão na disputa pelo cargo de secretário de Estado, afirmam assessores de Trump.
Perguntado se o presidente-eleito estava perto do final da sua busca por um secretário de Estado, Jason Miller, porta-voz de Trump, disse que o republicano estava usando o processo de entrevistas no momento que trabalhava para tomar uma decisão final sobre o cargo.
"Ele vai finalizar isso quando ele estiver pronto", declarou Miller. "Ele vai escolher a pessoa que ele acha que fará absolutamente o melhor trabalho."
O tratamento indevido no passado a informações confidenciais por Petraeus não vai provavelmente ser um obstáculo para ele ser convidado para um importante posto no governo, apesar de Trump ter criticado duramente a rival democrata, Hillary Clinton, durante a campanha, por ela ter usado um servidor de email privado quando secretária de Estado.
Trump comparava com frequência o processo contra Petraeus com a ausência de ação legal conta Hillary, que foi investigada pelo FBI, mas não foi indiciada.
"Apenas com base nas suas declarações públicas, eu acho que Trump vê Petraeus como um homem bom que cometeu um erro, que fez uma fração do que outras pessoas têm feito e recebeu punição muito maior", disse uma fonte que aconselhou sobre segurança nacional a equipe de transição.
Na equipe de transição, Petraeus e Romney têm o apoio de republicanos que procuram um candidato que possa unificar o partido, segundo a fonte.