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Dois partidos reivindicam a vitória na eleição do Haiti

O Tèt kale (PHTK) proclamou mais cedo, no dia seguinte do 1º turno das eleições, que seu candidato, Jovenel Moïse, era o "presidente eleito do Haiti"

Haiti: vinte e sete candidatos disputam a Presidência e quatro têm pretensões de vencer no primeiro turno (Andres Martinez Casares/Reuters)

Haiti: vinte e sete candidatos disputam a Presidência e quatro têm pretensões de vencer no primeiro turno (Andres Martinez Casares/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de novembro de 2016 às 21h40.

O partido haitiano Tèt kale (PHTK) e os seguidores de seu adversário, Fanmi Lavalas, proclamaram nesta segunda-feira, em separado, a vitória de seus candidatos, no primeiro turno das eleições presidenciais no Haiti, embora a contagem de votos ainda esteja longe do fim.

No entanto, só o Conselho Eleitoral está habilitado para publicar os resultados.

O Tèt kale (PHTK) proclamou mais cedo nesta segunda-feira, no dia seguinte do primeiro turno das eleições, que seu candidato, Jovenel Moïse, era o "presidente eleito do Haiti".

"O candidato Jovenel Moïse é o presidente eleito do Haiti", declarou Rudy Hérivaux, porta-voz do partido PHTK. "Sabemos oficialmente, o país sabe, o mundo inteiro sabe quem é o presidente eleito do Haiti e isto não é um mistério", acrescentou, durante coletiva de imprensa.

A alguns quilômetros dali, centenas de simpatizantes do partido Fanmi Lavalas (FL) saíram às ruas dos bairros mais pobres da capital para também reivindicar a vitória.

"Nossa eleição foi clara, mas o PHTK tenta de tudo para desviar o voto das pessoas", denunciou Lucher Jean-Joseph, estudante de direito.

"Vamos ficar nas ruas até que nos entreguem o que depositamos nas urnas: votamos em Maryse Narcisse, ela venceu no primeiro turno" e se "quiserem a revolução, vamos dar a eles", acrescentou o estudante com um cartaz da candidata do FL na mão.

Cerca de 6,2 milhões de eleitores foram convocados no domingo no Haiti a irem às urnas para escolher seu futuro presidente, bem como deputados e senadores.

Vinte e sete candidatos disputam a Presidência e quatro têm pretensões de vencer no primeiro turno: Jovenel Moïse, afilhado político do ex-chefe de Estado Michel Martelly pelo partido PHTK; Jude Célestin, da Liga Alternativa para o Progresso e a Emancipação Haitiana (Lapeh); Moïse-Jean Charles, que encabeça o partido Pitit Dessalines; e Maryse Narcisse, porta-voz do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide e candidata pelo Fanmi Lavalas.

Após um dia de votação que transcorreu sem grandes incidentes, o presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP) pediu a todos os atores políticos que aguardassem os resultados que serão difundidos no prazo de oito dias.

"O decreto eleitoral não permite a ninguém dar os resultados no lugar do Conselho Eleitoral e pedimos que isso seja respeitado", afirmou Léopold Berlanger.

Ao violar esta disposição, o PHTK declarou simplesmente que esperava a confirmação de sua vitória.

Observadores internacionais expressaram sua preocupação de que eventuais atitudes agressivas possam gerar violência e socavar a credibilidade do processo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou a realização pacífica da votação, mas pediu paciência.

"O secretário-geral destacou que este processo eleitoral é crucial para por um fim ao atual vazio de governo no Haiti", informou o seu gabinete.

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